Publicado em 05 de maio de 2016 às 16h40min
Tag(s): Nota
As universidades são instituições que se caracterizam como espaço de produção da ciência, do conhecimento e da cultura. Por isso, nos países civilizados e democráticos, as mesmas gozam de autonomia administrativa, científica e pedagógica para que possam exercer seu papel de garantir a universalidade, a pluralidade e a diversidade de teorias, metodologias e experimentos científicos. Sem essas características não se pode afirmar que as universidades existem. Não existe universidade sem liberdade e debate sem censura dos problemas da sociedade.
A primeira ação das ditaduras é exatamente tolher, impedir, destruir essas características que são constitutivas da ideia de universidade, tornando-as meras siglas vazias dos seus conteúdos civilizatórios. Nas democracias nascentes, como a nossa, setores feudalizam a estrutura do Estado e passam a utilizá-los para os seus fins políticos e ideológicos. Hoje esses setores do aparelho de Estado brasileiro ameaçam a liberdade e autonomia das nossas universidades.
No momento em que o país vive uma crise política que pode levá-lo a um alto grau de instabilidade e de convulsão social, observa-se um movimento, ainda em tendência, de reprimir e amordaçar as universidades brasileiras. É tentar silenciar um dos espaços que se ergueram contra o Golpe, que é imprescindível para o debate e a construção de soluções dos problemas da sociedade brasileira. O mundo civilizado e democrático reconhece as universidades como espaço fundamental para o desenvolvimento humano e avanço civilizatório.
Como presidente do ADURN-SINDICATO, entidade nascida em 1979 durante a luta contra a Ditadura Militar, venho a público defender a livre circulação e o debate das ideias e a autonomia universitária, conforme expresso na constituição e no artigo 4º, inciso IV, do Estatuto do ADURN-Sindicato, e rejeitar qualquer medida intimidatória que afete a autonomia da UFRN, e reafirmar a defesa da democracia e da normalidade constitucional, que estão em risco.
