Foeppel: “Auditoria da Dívida tem o dever de desmascarar esquema de corrupção legalizado”

Publicado em 06 de dezembro de 2016 às 10h01min

Tag(s): DEBATE



Com a assertiva de que “a prestação da Auditoria da Dívida Cidadã tem o dever importante de desmascarar o esquema de corrupção legalizado”, o economista Max Foeppel pôs por terra a utilização da dívida pública como justificativa do governo de Michel Temer (PMDB) para corte de direitos sociais e aprofundamento de injustiças em palestra nesta segunda-feira, 05 de dezembro.

Coordenador do núcleo norte-rio-grandense da auditoria Cidadã das dívidas públicas do Brasil, Max Foeppel apontou as causas da atual crise e levantou as razões pelas quais esses aspectos essenciais não são apresentados pelos grandes veículos de Comunicação.

Ao elencar os geradores das dificuldades econômicas enfrentadas hoje pelo país, como taxa de juros elevada, prática do anatocismo, irregular contabilização de juros como se fosse amortização, operações de swap cambial e remuneração da sobra dos caixas dos bancos, Foeppel pontuou que “o ajuste fiscal e os cortes devem ser feitos nos juros abusivos”.

Com conhecimento e vivência em assuntos econômicos, Max Foeppel fez uma análise das finanças públicas e do crescimento da dívida no Brasil, descontruindo as simplificações e mitos da PEC 55 e o conjunto de projetos que tramitam no Congresso Nacional e utilizam a crise fiscal como justificativa para cortar direitos sociais e destinar recursos para a dívida.

Foeppel lembrou que a auditoria da Dívida Pública está na Constituição, mas não é cumprida, uma vez que “beneficia os trabalhadores e não a elite brasileira”. Para ele, “com o argumento de que é necessário para estabilizar o crescimento da despesa primária, projetos como a PEC 55 representam apenas o primeiro passo para reformas tradicionais”.

Ao falar dos efeitos nocivos da PEC 55 para os trabalhadores, como a restrição de concursos, contratações, reajustes, estruturação de carreiras, auxílios e abonos, Max Foeppel afirmou a inconstitucionalidade da PEC e considerou um crime de responsabilidade a proposta ser levada a votação no Congresso sem ser amplamente discutida pela população.

Ao final da exposição, Foeppel respondeu a perguntas e falou das estratégias de ação da Auditoria da Pública Cidadã, movimento que agrega desde 2001 cidadãos e entidades da sociedade civil em 23 núcleos espalhados em todas as regiões do país, além da coordenação geral.

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]