Em Natal, Eduardo Suplicy fala sobre a construção da democracia com justiça, solidariedade e fraternidade

Publicado em 15 de março de 2024 às 17h22min

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Abordando o tema: A Construção de um Brasil  Democrático, Justo, Solidário e Fraterno e a Renda Básica de Cidadania, o economista, professor e deputado estadual (PT/SP), Eduardo Suplicy, esteve em Natal/RN nesta quinta-feira (14), na 13ª edição do Projeto Na Trilha da Democracia, realizada no auditório Otto Brito de Guerra, localizado na reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). 

Durante a atividade, que marcou a retomada do projeto após uma pausa de cinco anos, Suplicy falou por cerca de duas horas para uma plateia de docentes, estudantes, políticos, lideranças dos movimentos sociais e sindicais, e sociedade civil. A palestra foi coordenada pelo presidente do ADURN-Sinsicato, Oswaldo Negrão. O neurocientista e professor do Instituto do Cérebro da UFRN, Sidarta Ribeiro, também participou da mesa, a convite do deputado.

Vestindo a camisa do ADURN-Sindicato em homenagem ao centenário de Paulo Freire, Eduardo Suplicy iniciou sua exposição citando um trecho do recém publicado livro do neurocientista, As Flores do Bem, que está ligado ao tema da palestra - “O mundo está passando por grandes transformações com a chegada das Inteligências Artificiais dos robôs que podem vir para facilitar a concentração do Capital e o que vamos fazer nessa transição? Se quisermos investir em saúde mental, não tenho dúvida que precisamos, em primeiro lugar, instituir uma renda básica universal bacana, que dê conta de garantir o bem-estar das pessoas e de manter a economia funcionando”.

Em seguida, o deputado citou as Leis já existentes que falam sobre a renda básica e citou os princípios fundamentais da Constituição Brasileira, como o artigo 3° que determina a construção de uma sociedade livre, justa e solidária, a garantia do desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e da marginalização, e a redução das desigualdades sociais.

Ao longo da noite, Suplicy detalhou a renda básica de cidadania e apresentou exemplos de experiências bem-sucedidas da implementação do programa, como o da cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, que implementou um projeto semelhante ao do estado norte-americano do Alasca para melhorar a distribuição de renda, a partir de uma iniciativa do ex-prefeito Washington Quaquá (PT-RJ). Segundo o deputado, a ideia da renda universal não é recente. Ele explicou que figuras notáveis da história da humanidade vêm colocando em pauta a questão há séculos. 

Eu acho que é importante compreendermos que, se quisermos construir uma sociedade civilizada, justa, fraterna, temos que levar em consideração aqueles valores que não são simplesmente a busca do interesse próprio. Isso é, levar vantagem em tudo”. Suplicy reconheceu que todos queremos progredir, ficamos contentes com o progresso de nossos entes queridos, mas disse que procura transmitir às pessoas que também temos que levar em conta aqueles outros valores que também são próprios da história da humanidade e de nós, brasileiros. “Valores como a busca da fraternidade e da solidariedade e termos atitudes de muito maior compreensão e colaboração entre todos na sociedade”, disse.

Eduardo Suplicy encerrou o evento cantando a música Blowin' In The Wind, do cantor e compositor americano Bob Dylan.

Retomada do projeto

No dia marcado pelos 6 anos das mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes, a vice-presidenta do ADURN-Sindicato, Isaura Brandão, abriu a primeira parte do evento fazendo uma reflexão acerca da participação das mulheres na política e suas lutas. “Desde as sufragistas, estamos ouvindo que não somos competentes para tomar decisões maiores, nem aptas por natureza para representar Deus. Ouvimos e acreditamos! Ouvimos e nos calamos! (...) Há algum tempo, descobrimos que é possível sair dessa invenção da sociedade, é possível mudar visões e as regras do jogo cultural e sociopolítico. (...) seguimos juntos e juntas, desafiando as injustiças, rumo a um futuro mais inclusivo e igualitário para todas”, afirmou Isaura em sua intervenção.

Idealizador do projeto, o presidente do PROIFES-Federação e diretor do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, lembrou que o Na Trilha da Democracia foi criado no momento exato em que ocorreu o golpe de 2016. “Na época, pretendíamos abrir o debate democrático com a sociedade e eu acho que a gente cumpriu naquele momento essa defesa da democracia. Agora, com um governo democrático e popular que está assombrado pelo Nazifascismo local, o Bolsonarismo, a gente retoma essa batalha pela democracia, sob a liderança do nosso presidente Oswaldo Negrão”, explicou Duarte.

Para o presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, o retorno do projeto “é necessário para que a gente demarque limites e possa construir uma sociedade mais justa”. O dirigente destacou que a data escolhida para a retomada, às vésperas dos 60 anos do golpe civil-militar brasileiro, é significativa, pois reforça a necessidade do debate acerca dos caminhos para a manutenção da democracia no nosso país, que ainda é tão frágil.

A palestra de Eduardo Suplicy na retomada do projeto Na Trilha da Democracia está disponível no canal do YouTube do ADURN-Sindicato. Veja aqui.

ADURN Sindicato
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