Editorial da semana: A crise no Senado e o fortalecimento das instâncias republicanas

Publicado em 02 de julho de 2009 às 17h32min

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Uma nova onda de denúncias tem abalado o Senado da república. Os chamados “atos secretos”, além de uma série de denúncias de irregularidades, mostra que há uma necessidade imperativa de discutir a consolidação de uma cultura republicana e democrática no Brasil. Os valores republicanos e democráticos e as práticas sociais e atitudes deles derivados devem permear as relações sociais não apenas na política, mas em todas as esferas da vida social.
Sem esse avanço, os escândalos vão continuar a se suceder ad infinitum e garantir as vendas e audiências da mídia. Corrupção, nepotismo e desvio de recursos públicos não são novidades no noticiário e nem nos círculos políticos da sociedade brasileira. A forma de organização do Estado brasileiro e a apropriação, também bastante conhecida, da esfera pública em prol dos interesses privados e/ou de grupos, tem se mostrado ser uma das principais causas do “descrédito” das instâncias de representação popular.
O que é necessário que os sujeitos sociais pressionem constantemente para que o Senado e a Câmara sejam instituições verdadeiramente republicanas, transparentes, e compostas por pessoas que tenham interesse público. O Senado, que representa os estados da federação brasileira, não pode continuar a ser uma casa em que as pessoas não sintam que os interesses federativos estão representados e, mais do que isso, que o Senado não seja visto como uma instância que só responde a si mesma e que não seja vista como uma corporação fechada e cheia de “pontos negros”.
O avanço da democracia brasileira exige que a sociedade participe e fiscalize as instâncias de representação popular e que estas sejam abertas e sejam espaços efetivos da discussão que contribuam para o desenvolvimento do país. O Movimento Docente deve estar atento ao processo em curso e apoiar o fortalecimento das instituições republicanas e que estas deixem de ser corporações fechadas e passem a ser verdadeiramente públicas e passíveis de fiscalização por parte da sociedade.

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