Estudantes ocupam reitoria da UFPE por autonomia do HC

Publicado em 06 de dezembro de 2013 às 11h15min

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Estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) ocuparam a reitoria da instituição na segunda-feira (2) em Recife, logo após a aprovação pelo Conselho Universitário da empresa Ebsher – Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares – do Ministério da Educação (MEC) para administração do Hospital das Clínicas, vinculado à UFPE.

Mais de cem estudantes estão acampados no prédio. A Justiça expediu um mandato de reintegração de posse para esta quarta-feira (04/12). De acordo com a presidenta da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP) Melka Pinto, a última assembleia geral realizada na noite de terça-feira (03/12) decidiu pela manutenção da ocupação. “Queremos a anulação do Conselho que aprovou a Ebsher para o HC, e discutir a questão com o Reitor, envolvendo servidores, professores e alunos”, afirmou.

O diretor de Universidades Públicas da UNE, Thiago José, explica que a empresa esvazia o papel da Universidade no Hospital. “Se o HC realmente for administrado pela Ebsher, a Universidade, não manda mais em nada. Por exemplo, o diretor do Hospital que hoje é eleito pela comunidade acadêmica com a adesão passará a ser indicado pela empresa diretamente de Brasília”, destaca. Outra questão para ele não está só na administração e sim no financiamento, que ainda é muito residual.

HC

Fundado em 1979, o HC é prestador de serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), com atendimento médico-hospitalar ambulatorial e de internação. Referência de média e alta complexidade, a unidade atua nas áreas de ensino, pesquisa, extensão e assistência. Atualmente o hospital tem 1.552 servidores efetivos e faz 21 mil atendimentos ambulatoriais por mês, em média. Oferece 42 especialidades médicas.

Entenda

A Ebsher é uma empresa pública e foi criada para administrar todos os Hospitais Universitários da rede federal. A ideia do MEC é ter uma empresa capaz de canalizar e centralizar todas as demandas e aumentar na eficiência da gestão. Desse modo, qualquer HU que precisar, por exemplo, comprar algum equipamento, sob administração da Ebhser o processo será mais ágil, pois ela funciona dentro dos marcos de uma empresa, ao contrário da Universidade, autarquia do direito público.

Para o diretor da UNE a Ebhser não é a solução do problema. “A gente entende que o HU não pode ser pensado e gerido fora da lógica acadêmica da Universidade. Que o Hospital cumpre um papel muito importante dentro da Universidade e não pode ser inserido numa dinâmica empresarial, já que o objetivo do Hospital Universitário é prestar atendimento ao público de forma gratuita, alinhado ao ensino, pesquisa e extensão. E só quem pode gerir dessa forma é a Universidade e não uma empresa”, ressaltou.

A UNE aprovou no seu 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb), realizado entre os dias 18 e 21 de janeiro na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), no Recife, uma moção de repúdio a Ebhser.

Fonte: UNE

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