Governo cede para Orçamento ser votado

Publicado em 13 de dezembro de 2013 às 10h02min

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Após enfrentar desgaste na relação com o PMDB, seu principal aliado, o Palácio do Planalto recuou e costurou acordo para o Congresso tentar votar na próxima terça-feira o Orçamento de 2014.

 

O governo se comprometeu a não vetar uma das principais bandeiras de Henrique Eduardo Alves (RN), presidente da Câmara dos Deputados e cacique do PMDB.

 

Trata-se da regra inserida na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) que prevê o pagamento obrigatório de verbas para as obras apadrinhadas por deputados e senadores, as chamadas emendas impositivas.

 

Os recursos são destinados geralmente para redutos políticos dos congressistas.

 

O recado foi transmitido ontem pela ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) ao presidente da Câmara.

 

Na conversa, Ideli informou ao peemedebista que a presidente Dilma assumiu o compromisso de não vetar as emendas impositivas na LDO.

 

O governo exige como contrapartida que a Câmara dos Deputados resgate a versão do Senado sobre a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que trata do tema, estabelecendo o sistema de pagamento de emendas impositivas e ainda um modelo de financiamento da saúde.

 

A proposta foi dividida em duas por uma comissão da Câmara, o que o governo considerou como quebra de acordo. "Este é um entendimento em benefício dessa Casa e do país", afirmou Alves.

 

O vice-presidente, Michel Temer, foi um dos interlocutores que viabilizou o entendimento sobre o Orçamento.

 

SUBIDA DE TOM

Anteontem, o presidente da Câmara fez duras críticas à articulação política do governo e afirmou que o veto criaria frustração desnecessária entre os parlamentares e abalaria a relação entre os Poderes.

 

Diante das dificuldades com seus aliados, o Planalto chegou a informar que já trabalha com a possibilidade de que a proposta de Orçamento da União para 2014 só seja votada no ano que vem. Sem a proposta aprovada, na prática, o governo estaria impedido apenas de patrocinar novos investimentos.

 

A subida de tom do governo irritou aliados que também criticaram especialmente a decisão de liberar neste ano R$10 milhões das emendas parlamentares e não R$12 milhões como pediam os congressistas.

 

Com o recuo, a expectativa é que a relação fique menos tensa.

 

Fonte: Folha de S.Paulo


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