Docentes da UFRN decidem paralisar atividades dia 22

Publicado em 19 de setembro de 2016 às 16h09min

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No próximo dia 22, os docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte irão paralisar as atividades. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta segunda-feira, 19, no auditório da Escola de Música, campus central da UFRN. A unanimidade dos presentes considerou importante parar a Universidade em defesa da Educação Pública e contra as propostas regressivas do governo de Michel Temer.

À luz da conjuntura política e econômica, os professores discutiram as movimentações de propostas e projetos que tramitam no Congresso Nacional e apontam para cenários preocupantes quando se fala em políticas públicas educacionais. Entre as medidas, a Proposta de Emenda à Constituição 241/2016 (que cria um novo Regime Fiscal e reduz investimentos públicos na saúde e educação para os próximos 20 anos), o projete de Lei 257/2016 (que trata, principalmente, das condições de renegociação da dívida dos Estados e Municípios), Reforma Previdenciária,  Lei da Mordaça, cobrança de mensalidade em instituições públicas e a necessidade da luta em defesa do Pré-sal.

“Precisamos mostrar que os servidores públicos, especialmente os professores, estão preocupados não apenas com o destino de suas carreiras, mas das Universidades Públicas e das conquistas que foram feitas ao longo desses últimos anos”, ressaltou o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, ao falar da importância da decisão da categoria.

Ao desmontar a PEC 241/16, o dirigente chamou atenção para a necessidade em se ampliar a discussão das medidas que vêm sendo implementadas e atingem os trabalhadores, os servidores e os serviços públicos e benefícios destinados à população, especialmente nas áreas de educação e seguridade (saúde, previdência e assistência). “A PEC 241 e as outras propostas desse governo são um atraso, provocarão uma regressão muito grande tanto na carreira como nos salários e na estrutura das Universidades”, alertou.

A vice-presidente do Sindicato, Gilka Pimentel, falou em seguida e reforçou a importância do engajamento dos professores. Ela chamou atenção dos colegas para o objetivo central de Michel Temer desde que assumiu interinamente a presidência, de desmonte do Estado, a exemplo da PEC 241.

“Precisamos demonstrar, nesse momento, força, organização e mobilização para que possamos barrar a proposta da PEC 241 e os demais projetos que trarão efeitos danosos como não realização de novos concursos públicos, fim do projeto de expansão das Universidades, cobrança de mensalidades nas Instituições Federais de Ensino, entre outras”, afirmou a dirigente.

Nas diversas intervenções que se seguiram, os docentes alertaram sobre as ameaças da plataforma do governo de Michel Temer aos direitos sociais, entre os quais o direito à educação pública, e às conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras em educação na última década, e ressaltaram a importância da paralisação.

“É importante a paralisação para que a população possa saber exatamente as implicações desse golpe nefasto na nossa sociedade, nossa educação, nossa saúde, nosso futuro. É importante que a gente pare para unir forças e lutar nessa resistência contra esse golpe”.

“Diante desse quadro que estamos vivendo não podemos ter uma atitude de acomodação e precisamos estar, especialmente no dia 22, que é uma mobilização nacional, mobilizados”, considerou Magnolia de Araújo, do departamento de Microbiologia e parasitologia.

As falas convergiram para a preocupação com o cenário que vai se apresentado grave para Educação e Universidades Públicas e o papel dos professores da UFRN nesse processo.

“Tem momentos que não podemos fugir à luta, e esse é um desses momentos. Esse governo, que se instalou de forma bastante controversa, está trazendo várias modificações na nossa estrutura jurídica, entre elas a PEC 241, que caso seja aprovada trará imensos prejuízos à Educação, à saúde e ao funcionário público”, alertou a professora Kênia Maia, do departamento de Comunicação Social.

“Importante que todos nós nos mobilizemos, informemos aos alunos em sala de aula do impacto da PEC 241 para carreira docente e para Universidade. A participação de todos será imprescindível para um grande movimento, uma grande paralisação dia 22”, convocou o professor Pledson Guedes, do departamento de estatística.

A professora Angela Ferreira, do Departamento de Odontologia, classificou como “extremamente grave” a perspectiva para as áreas da Saúde e Educação se aprovada a PEC 241, lembrando, ainda, dos prejuízos aos trabalhadores de todo o país e, particularmente, para o funcionalismo público. “Dia 22 vai ter uma mobilização a nível nacional, e nosso Sindicato não poderia deixar de estar junto. Será uma importante forma de resistir a esse verdadeiro desmonte do estado brasileiro. Nós vamos nos contrapor e o Sindicato está de parabéns pela forma como está liderando esse processo de resistência”, enfatizou.

ADURN Sindicato
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