Ato Político-Cultural marca o Dia Nacional de Paralisação com ampla adesão dos docentes

Publicado em 23 de setembro de 2016 às 14h57min

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Com o objetivo de alertar a sociedade sobre as ameaças à Educação Pública, às Universidades Federais e aos direitos dos trabalhadores, os docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) paralisaram as suas atividades nesta quinta-feira (22). A paralisação teve ampla adesão da categoria e foi marcada por um ato político-cultural, promovido pelo ADURN-Sindicato, que reuniu cerca de 500 pessoas no estacionamento do Centro de Convivência da UFRN. Professores do Núcleo de Educação da Infância (NEI) e do Centro de Ensino Superior do Seridó/Caicó (CERES) também realizaram atividades em suas unidades.

Ao som da banda “Zé Smith e Ban de Fela” - comandada pelo professor Sávio Araújo, da Escola de Música da UFRN – os professores, servidores e alunos da Universidade começaram a se concentrar no estacionamento do Centro de Convivência às 9 horas para acompanhar a programação do ato, que contou com aulões sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241, Reforma do Ensino Médio e o Projeto “Escola sem Partido”, também conhecido como “Lei da Mordaça”, além das apresentações culturais da professora Ana Santana, que proclamou poesias de sua autoria, de jovens ligados ao movimento Hip Hop e do cantor e compositor Potiguar Pedrinho Mendes.

Dentro da programação, o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, alertou os presentes sobre os efeitos políticos e jurídicos da PEC 241, ao lado da assessora jurídica da Entidade, Andreia Munemassa. “A PEC 241 é o principal elemento de todo esse movimento nacional, pois ela está sendo escondida da sociedade. Vocês não estão vendo uma ampla divulgação dessa Proposta e ela está tramitando de forma extremamente rápida no Parlamento, quase que escondida da maioria da população, sem discussão alguma. O que mais preocupa é que ela é uma PEC bastante direta e fulminante. Se aprovada, durante 20 anos os recursos para educação e saúde estarão balizados pela inflação do ano anterior, ou seja, perde-se o contato com o orçamento como é feito hoje. Isso acaba com a possibilidade de ascensão de carreira, reajustes salariais e concursos públicos por duas décadas e serão pelo menos dez anos sem poder haver questionamentos”, esclareceu Wellington Duarte.

Para o professor Alessandro Augusto de Azevedo, do Centro de Educação, a paralisação foi relevante para que os docentes pudessem dedicar o dia a pensar sobre a ciência, o direito, a cultura e a política. “É importante ter um momento como esse em que a gente sai das nossas especificidades, das nossas áreas e nos dedicamos a pensar em como podemos melhorar a luta contra tudo aquilo que possa nos impedir de fazer o que a gente sabe fazer bem, que é ensinar, fazer pesquisa e extensão”, disse Alessandro.

O professor aposentado, Mario Koechi Takeya, ressalta que há alguns meses eram poucos os professores alertando sobre o que viria como consequência, “uma das falas que nós tínhamos era que, sempre que acontecia uma violação constitucional, algum tipo de golpe, a Universidade era sempre uma das primeiras a ser atingida, porque é aqui que está a parte da elite pensante, que são os cérebros propagadores de ideias. Então nós tínhamos certeza, já naquela época, que as Universidades seriam atingidas, e é isso que está ocorrendo com essa famosa PEC 241”, afirmou.

A vice-presidente do ADURN-Sindicato, Gilka Pimentel, reforçou a importância do engajamento dos professores. “Precisamos demonstrar, nesse momento, força, organização e mobilização para que possamos barrar a proposta da PEC 241 e os demais projetos que trarão efeitos danosos para o país. Por isso, estamos acompanhando o cenário nacional dos sindicatos, das federações e das confederações, para construir os próximos passos dessa mobilização”, disse a dirigente.

A avaliação do movimento foi positiva. “Os professores entenderam a nossa mensagem, o momento difícil que estamos passando e a paralisação foi um sucesso. Havia muito tempo que não se parava a Universidade como um todo em uma mobilização democrática, cívica e em defesa dos nossos direitos e da Universidade”, avaliou o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte.

Trancaço

As mobilizações do Dia Nacional de Paralisação tiveram início logo cedo na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Antes das 7h, os estudantes fizeram um trancaço e alertaram a sociedade potiguar sobre os retrocessos na área da Educação Pública que marcam o governo Temer desde a sua interinidade.

NEI

Mais cedo, os professores do Núcleo de Educação Infantil da UFRN explicaram aos pais dos alunos a importância de paralisar as atividades em defesa da Educação Pública e discutiram estratégias para barrar as ameaças às políticas educacionais, como a PEC 241/2016.


Segundo a professora Gilka Pimentel, vice- presidente do Sindicato, durante toda a semana, os docentes trabalharam também com as crianças o significado do conjunto de propostas que tramitam no Congresso e afetam a área da educação.

CERES de Caicó

Professores, estudantes e servidores do CERES de Caicó aderiram ao Dia Nacional de Paralisação e participaram de Ato que teve concentração na Praça de Alimentação do município. Em seguida, os manifestantes saíram em caminhada para dizer porque são contra os projetos que tramitam no Congresso Nacional e afetam as áreas da saúde e educação.

 

 

 

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