Apub inaugura painel Tesourômetro na UFBA e denuncia cortes na educação, ciência e tecnologia

Publicado em 20 de outubro de 2017 às 11h38min

Tag(s): Defesa da Educação Pública



No dia 16 de outubro, a UFBA tornou-se a primeira universidade do Nordeste a receber o Tesourômetro, painel que mostra o avanço dos cortes de verbas nas áreas da educação, ciência e tecnologia desde 2015. A ação é parte da Campanha Conhecimento Sem Cortes, idealizada pela Associação dos Docentes do Rio de Janeiro (ADUFRJ) e trazida para a Bahia pela Apub Sindicato, em parceria com a UFBA, Assufba e DCE. A inauguração do painel foi parte da programação do Congresso da UFBA e teve ampla adesão da comunidade universitária, que lotou o Salão Nobre da reitoria, além da participação de parlamentares e reitores de diversas universidades do país, incluindo o presidente da Andifes, professor Emmanuel Zagury Tourinho. Houve ato com a presença do presidente da SBPC, Ildeu Moreira e o presidente da ADUFC Sindicato Enio Pontes. A presidenta da Apub, professora Luciene Fernandes coordenou a mesa. Durante o ato aconteceram ainda intervenções artísticas e apresentação de vídeo temático sobre a defesa da universidade pública.

No momento das falas, Ildeu Moreira destacou o conjunto de retrocessos que o país atravessa, incluindo ataques à ciência, tecnologia, educação pública e aos direitos sociais. “Para vocês terem uma ideia, o orçamento desse ano para ciência e tecnologia é da ordem de 1/3 do que nós tínhamos em 2010”, disse. E para o ano que vem, a verba prevista é de apenas R$ 2,7 bilhões, impactando no pagamento de bolsas e editais de pesquisa e comprometendo o funcionamento das universidades públicas, atualmente responsáveis por cerca de 80% das pesquisas brasileiras. “Essa Campanha é contra os cortes de recursos, mas também contra os cortes de oportunidades e da soberania nacional”, afirmou Ildeu. Ele relatou ainda a mobilização ocorrida no Congresso Nacional no dia 10 de outubro, com a realização de uma audiência pública e entrega das 82 mil assinaturas recolhidas pela Campanha Conhecimento Sem Cortes aos presidentes da Câmara e do Senado. Apesar do êxito daquele momento, Ildeu alertou que os recursos ainda não estão garantidos e que é necessário prosseguir com a mobilização e pensar um projeto de país: “a ciência brasileira é um patrimônio do povo e não somente dos cientistas; a educação pública brasileira tem um reflexo imediato na economia do país, na qualidade de vida das pessoas e na possibilidade da gente construir um país menos desigual. Portanto, a nossa luta por mais recursos para a universidade pública, ciência e tecnologia é uma luta em defesa de um projeto de nação e nós temos que construir coletivamente”.

O professor Enio Pontes reforçou que a ciência e a tecnologia que são pilares do desenvolvimento do país; ele classificou os cortes promovidos pelo governo como drásticos: “são 44% a menos no orçamento do MCTIC, deixando aí pouco mais de R$ 3 bilhões para serem divididos com os mais de 300 mil pesquisadores do nosso país”. O professor, que também é coordenador do Núcleo da Auditoria Cidadã da Dívida Pública do Ceará, destacou como o endividamento público tem sido usado como justificativa para os cortes nos investimentos sociais e a Auditoria Cidadã tem denunciado as razões desse endividamento e proposto saídas: “O que está por trás dos cortes é um esquema financeiro pesado de pagamento de juros para bancos, quando deveríamos estar fazendo o contrário: investindo na nossa educação, saúde, ciência e tecnologia”. Ao reconhecer a importância da Campanha como forma de denúncia e despertar da conscientização, anunciou o interesse da ADUFC Sindicato em também instalar um Tesourômetro: “é importantíssimo que a gente continue a colocar mais força nesse movimento e que ele possa se propagar por outros estados”, disse.

Ao avaliar o lançamento da Campanha, a presidenta Luciene Fernandes lembrou que ela vai além do Tesourômetro e tem o objetivo de dialogar com a sociedade sobre a importância da universidade, da ciência e da tecnologia para suas vidas e para o país. Ela ressaltou o pronto apoio que a Apub recebeu da UFBA, Assufba e DCE ao decidir trazer a Campanha para a Bahia e a grande participação: “a gente viu muitos docentes, estudantes, parlamentares, a sociedade civil dentro da universidade. O ato foi de grande sucesso, dá inspiração para a gente para continuar nessa luta”.

Fonte: APUB-Sindicato

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]