Em sua 18ª edição, Encontro Nacional de Educação Infantil discute Políticas de Educação no cenário atual

Publicado em 29 de outubro de 2018 às 17h02min

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“Tempos difíceis virão, mas estamos aqui em ordem de batalha”, foi com essa afirmativa que a professora Edna Silva, coordenadora do XVIII Encontro Nacional de Educação Infantil (ENEI) encerrou sua fala, durante a mesa de abertura do evento, que aconteceu na manhã desta segunda-feira (29), no auditório do Praia Mar Hotel.

Com o tema “Políticas de Educação Infantil: currículo, práticas e formação docente”, nesta edição o ENEI conta com a participação de 650 professores, pesquisadores, estudantes e demais profissionais da educação de 16 estados, brasileiros entre eles: Rio de janeiro, São Paulo, Espirito Santo, Minas Gerais, Roraima, Rondônia e Distrito Federal.

“O evento estava previsto para 500 pessoas, nós tivemos que ampliar para garantir a participação desses 650 inscritos e muita gente, infelizmente, ainda ficou de fora. A gente fica muito feliz, pois isso demonstra que o trabalho que tem sido feito ao longo dos anos tem sido reconhecido pelas pessoas que trabalham com Educação Infantil no país e essa é a nossa perspectiva, continuar fazendo o nosso trabalho como colégio de aplicação, que é fomentar essas discussões e essa luta política por uma educação pública de qualidade, que seja referência, que seja gratuita e que seja garantida para todas as crianças, por isso vamos trabalhar esses três dias, para sair daqui com muitas pessoas reverberando essas discussões pelo Brasil”, ressaltou a diretora do Núcleo de Educação da Infância (NEI), que também coordena o evento.

Apresentação cultural de alunos do NEI durante a abertura do XVIII ENEI

Ao longo do encontro, que segue até o dia 31, haverá diariamente 12 salas com 3 sessões de comunicação cada. Durante as sessões os autores estarão apresentando e discutindo suas experiências, seja no espaço da escola, seja enquanto pesquisadores com estudos voltados para Educação Infantil.

“Nesses dois anos de governo Temer a gente vem sofrendo golpes terríveis, todos os direitos conquistados para a Educação Infantil estão sendo cerceados, retirados sem a menor preocupação com esses sujeitos que são as crianças. Então o evento tem como principal meta, discutir o que fazer, a partir de então, diante desse cenário de retirada de direitos. Como que a escola, como que a universidade, como que o NEI, que está dentro de uma universidade e é a escola propriamente dita, pode fomentar a discussão de um respeito e atendimento a essas crianças do Brasil inteiro”, disse Edna Silva.

Mesa de abertura do XVIII ENEI

Isaura Brandão, professora do NEI e diretora do ADURN-Sindicato, participa do evento como representante do PROIFES-Federação, e fez um paralelo entre o tema do XVIII ENEI e as pautas de luta da Entidade. “Enquanto PROIFES, nós estamos mais uma vez encampando, diante dessa conjuntura, atividades, encontros e debates, para que o Plano Nacional de Educação e o Fundeb, se transformem em uma política pública voltada para a educação, pois com a Emenda Constitucional 95, o Fundeb precisa se tornar uma lei e enquanto ele não se torna, nós vamos ficando cada vez mais fragilizados”, afirmou Isaura.

Durante a mesa de abertura, o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, destacou que nesta segunda-feira inicia-se uma marcha para defender em primeiro lugar a qualidade do ensino no Brasil e a preservação da figura de Paulo Freire. “Esse encontro é bianual e dada as condições das quais o Brasil saiu das urnas ontem, no próximo encontro eu espero que Paulo Freire ainda seja uma referência para vocês”, disse o dirigente.

Em sua fala, Duarte ainda ressaltou o papel dos professores na defesa da civilização, da pluralidade de opinião, e da possibilidade de construir a cidadania. “Este é o grande lance que está colocado aqui para nós, a construção da cidadania, o que nós queremos daqui por diante”, afirmou.

Presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte, fala durante mesa de abertura do XVIII ENEI

Para a reitora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Ângela Paiva, o momento é de quebrar paradigmas. “A cada dia paradigmas são postos em cheque e estamos em cheque”.

“Enquanto se registra uma expectativa dominada pela incerteza, escasseiam-se recursos, e não é de hoje, para a educação em todos os níveis, na vigência plena da Emenda Constitucional 95, paradoxalmente em convivência com os desafios do Plano Nacional de Educação. Manda a responsabilidade para com o Ensino Infantil, que respeitemos e aprimoremos normas e procedimentos pedagógicos, ouvindo a voz do bom senso e o diálogo democrático e por conhecer de perto a experiência do NEI, tenho a expectativa de que teremos nesses dois dias um congresso de alto nível”, ressaltou a reitora.

A programação completa do XVIII ENEI pode ser consultada no endereço eletrônico: http://enei.ce.ufrn.br

Veja as fotos da abertura do encontro AQUI

ADURN Sindicato
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