Nota de repúdio aos ataques às Universidades e à Educação Pública

Publicado em 30 de abril de 2019 às 16h44min

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A educação pública, gratuita e de qualidade no Brasil, a liberdade de expressão, e a autonomia universitária sofreram nesta terça-feira, 30, mais um duro golpe em uma sequência de ataques sem precedentes ao exercício pleno do pensamento, da pesquisa científica, da formação técnica e cidadã e do desenvolvimento soberano do país.

As Universidades Federais da Bahia, de Brasília e a Federal Fluminense registraram um contingenciamento de 30% em seus já decrescentes recursos, em retaliação ao que o ministro da Educação do governo Bolsonaro, Abraham Weintraub, classificou como “balbúrdia” sediada nas dependências destas instituições.

Não bastasse a arbitrariedade inerente ao ato, sendo o conceito de “balbúrdia” subjetivo, moral e semanticamente questionável, o ministro da Educação ainda justifica o corte mais acentuado de recursos a estas universidades alegando, falsamente, que teriam registrado redução de qualidade do ensino apresentado.

O PROIFES-Federação recebe com repúdio mais esta investida deste governo contra a autonomia universitária, do pensamento, da liberdade de ensinar, que utiliza o contingenciamento de recursos legamente previstos como forma de doutrinação política e subordinação financeira da educação a um pensamento único, autoritário e descabido.

“Os docentes das Universidades e Institutos Federais, e todos os demais profissionais da Educação, resistiremos e responderemos à altura dos ataques, com mobilizações, paralisações, greves e demais atos que, junto a outras entidades, mostrem que estamos atentos, e vamos às ruas, com as centrais sindicais e no próximo dia 15 com todo o movimento de educação”, afirmou Nilton Brandão, presidente do PROIFES.

“As palavras e atos do ministro da educação mostram claramente uma retaliação e uma tentativa de desqualificação da universidade, que é um espaço importante de geração de conhecimento e de manifestação da liberdade de expressão, fundamentais para o desenvolvimento e soberania nacional”, acrescentou a vice-presidente do PROIFES, e professora da UFBA, Luciene Fernandes.

O PROIFES-Federação, fiel aos seus princípios de lutar sempre por uma educação pública, laica, gratuita e de qualidade, com autonomia de pensamento e de ensino, jamais se furtará a defender, com todos os meios à sua disposição, a construção de uma país justo, soberano e independente, e isso passa, necessariamente, pelo fortalecimento da educação em geral, e das Universidades e Institutos Federais em particular, sem mordaças, sem restrições financeiras e sem imposições ideológicas de qualquer natureza.

Brasília, 30 de abril de 2019

ADURN Sindicato
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