“Future-se é um projeto econômico, pensa em lucros e não em educação e cidadania”, alerta PROIFES no Senado

Publicado em 04 de novembro de 2019 às 11h15min

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“O Future-se é um projeto econômico, pensado para gerar lucros, e não para formação de cidadania. Pior do que isso, é um projeto ideológico, de transformar a Educação em mercadoria. Não fala em desafios, expansão, não fala nada sobre pesquisa. Que Future-se é esse que não fala nada sobre assistência e permanência de estudantes, nada sobre capacitação e formação de professores. Como falar do futuro, e não trazer nada disso?”, questinou o presidente do PROIFES-Federação, Nilton Brandão (SINDIEDUTEC-Sindicato), durante Audiência Pública interativa da Comissão de Educação, Cultura e Esportes do Senado Federal, nesta quinta-feira, 31.

A Audiência foi presidida pelo senador Jean Paul Prates (PT-RN), e, além de Brandão, a mesa foi composta pelo diretor de Desenvolvimento da Rede de Instituições Federais de Educação do Ministério da Educação (MEC), Wagner Vilas Boas de Souza, o vice-presidente da Andifes, Edward Madureira, o presidente do CONIF, Jerônimo Rodrigues da Silva, o presidente da UNE, Iago Montalvão, o coordenador do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), Carlos Lobão.

Veja abaixo a íntegra das falas de Nilton Brandão na Audiência Pública da Comissão de Educação do Senado:

“O projeto ignora a participação da comunidade universitária. Pesquisadores não foram ouvidos, a Andifes, o Conif e Une não participaram da elaboração do projeto, os sindicatos não foram consultados. O Future-se ignora o que foi produzido nas universidades ao longo do tempo, suas atividades, a interação que já é feita com o mercado produtivo, com as empresas. Eles dizem que a autonomia está garantida, deixando todos os ataques à autonomia no decorrer do texto”, acrescentou Brandão.

Para o senador Jean Paul, o MEC afirma que, independentemente do Future-se, estarão mantidas a automia e o orçamento, e que o Future-se seria apenas uma receita extra, “mas, na verdade, abalroando a gestão, a autonomia, a estrutura organizacional, o regime dos servidores, a pesquisa, o desenvolvimento e a inovação”.  

O representante do MEC afirmou durante sua fala na Audiência que na próxima semana o MEC já deve abrir a consulta pública e a previsão é de que encaminhe o texto final ainda neste ano ao Congresso.

Atividade na Câmara

Somando-se à participação na Audiência Pública, diretores do PROIFES-Federação, Gil Vicente (ADUFSCar-Sindicato), Eduardo Rolim (ADUFRGS-Sindical), e Flávio Silva (ADUFG-Sindicato), além de Brandão, estiveram reunidos com o presidende da Comissão de Educação da Câmara, deputado Pedro Cunha Lima (PSDB-PB) e com o deputado Bacelar (PODEMOS-BA), também membro da Comissão.

O objetivo foi apresentar aos deputados o projeto do PROIFES que regulamenta a autonomia universitária, além de debater outros assuntos ligados à Educação, como o Fundeb permanente, projeto Future-se, Emenda à Constituição 95 e financiamento das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES).

 
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