Professores da UFRN aprovam indicativo de greve

Publicado em 09 de março de 2020 às 18h33min

Tag(s): Greve da Educação



Frente ao processo de desmonte das políticas públicas educacionais, cortes orçamentários na Educação, especialmente no Ensino Superior, dos riscos de desconstitucionalizar direitos e acabar com o sistema público, os docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte aprovaram indicativo de greve em assembleia realizada nesta segunda-feira, 9, no auditório da Biblioteca Central Zila Mamede, campus central da UFRN.

Os professores presentes decidiram pela realização de um plebiscito para definir sobre a greve nacional unificada no próximo dia 18 de março. Isso porque, pelo Estatuto da entidade, a decisão sobre a realização de greve só pode ser feita em plebiscito. O processo se dará por meio de sistema eletrônico, através da página do Sindicato, a partir das 18h30 desta segunda-feira (9) até às 18h30 do dia 11 de março.

O movimento unificado, inicialmente convocado pelas maiores entidades estudantis e sindicais do País, como a União Nacional dos Estudantes (UNE) e a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), em defesa da Educação Pública, deve receber a participação de diversos setores da sociedade e já tem desdobramentos em vários estados e capitais pelo País.

A união dos vários segmentos da sociedade é uma resposta não apenas à política de encolhimento do orçamento para a Educação, em especial do Ensino Superior, e ao desmantelamento do serviço público, mas ao presidente Jair Bolsonaro que compartilhou vídeos de apoio a ato contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, instituições que formam os pilares da democracia, e uma cobrança por Justiça no caso do assassinato de Marielle.

"A nossa responsabilidade neste momento não é pequena. Depende do nosso poder de mobilização a construção de um amplo movimento de resistência”, avalia o presidente do ADURN-Sindicato, Wellington Duarte.

Moção de repúdio

A assembleia aprovou ainda uma moção de repúdio ao acordo do Ministério da Educação (MEC) com a faculdade de coaching religioso dos EUA, publicado em matéria do jornal Folha de São Paulo. Leia a moção abaixo:

 

Os professores da UFRN, reunidos em assembleia do ADURN-Sindicato, no dia 9 de março de 2020, registram seu repúdio à possibilidade de acordo ou convênio para desenvolvimento de atividades acadêmicas com a Florida Christian University, cujo representante se reuniu com a reitoria da universidade em janeiro deste ano, na presença de representante da Capes. Segundo matéria publicada no site de notícias da UFRN, neste encontro “ficou acertada a formação de um grupo interinstitucional para levantar as ações que podem ser realizadas durante evento, além da possibilidade de convênios acadêmicos entre as instituições de ensino”.


Segundo informações do jornal Folha de São Paulo de 7 de março, a universidade estadunidense é investigada por oferta irregular de cursos de pós graduação no Brasil; não possui nenhuma acreditação relevante no sistema acadêmico estadunidense; e se dedica a oferecer cursos de mestrado em coaching e bacharelado em aconselhamento cristão, com objetivo de preparar “profissionais, leigos e pastores, para cumprir suas vocações com valores cristãos “.


Diante desta possibilidade de parceria acadêmica de cooperação, reforçamos a defesa da universidade pública como lugar de produção de conhecimento científico e crítico, democrática, laica, plural e inclusiva.



Para votar no plebiscito clique AQUI

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]