Presidente da ADURN fala sobre transformação da entidade em Sindicato Local

Publicado em 15 de outubro de 2009 às 17h27min

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A Associação dos Docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – ADURN se reuniu, dia 07 de outubro, com a categoria docente e com presidentes de algumas AD’s do país para tratar de Sindicatos Locais, de relação com a ANDES e da construção da Federação. A exemplo de outras AD’s que se transformaram em Sindicato Local, a ADURN está fazendo discussões com os associados para que a Associação também passe por essa transformação. O presidente da entidade, João Bosco Araújo, falou sobre o assunto.
Quando a ADURN tornou pública a ideia de se transformar em sindicato local?
Desde a campanha das eleições de 2008, nós propusemos aos nossos colegas associados a transformação da ADURN em um sindicato local autônomo. Além disso, propusemos o engajamento, juntamente com outras Associações Docentes do país, na construção de uma Federação Nacional. Nós entendemos que a estrutura do sindicato nacional que nós temos hoje, que representa as universidades federais públicas, estaduais e municipais, além das universidades privadas, teve sentido num certo momento histórico no qual o mais importante era a sociedade civil fazer o enfrentamento com o regime militar. Mas esse momento foi superado. Essa proposta cumpriu o seu papel. Hoje, precisamos de sindicatos locais autônomos e de uma Federação Nacional destes Sindicatos Docentes que encaminhe nossas reivindicações reais, legítimas e cotidianas.
O que leva a ADURN a pensar que essa estrutura foi superada?
Acreditamos que essa visão está superada pelo surgimento de uma gigantesca burocratização e pelo distanciamento das questões concretas e cotidianas da universidade, inclusive, levando em consideração o perfil dos novos colegas que compõem hoje a categoria docente.
Qual a vantagem de ser um sindicato local?
Se nós formos um Sindicato Local e não uma seção sindical do Sindicato Nacional, nós teremos personalidade jurídica para encaminhar os processos, por exemplo. Na atual realidade de uma seção sindical, esses processos ficam fragmentados em centenas de outros processos. Se fossemos Sindicato, a ADURN transformaria isso em um único processo. Além dessa vantagem, teríamos autonomia financeira, política e autonomia para decidir e utilizar todos os nossos recursos, todas as nossas energias para as questões reais que afligem nossa categoria e não teríamos que ficar presos a agenda ideologizada da ANDES.
A ANDES não está atuando como representante das AD’s?
A ANDES termina sendo inoperante em relação a questões do cotidiano da universidade, estando distante dos reais problemas da categoria. Ela é hoje uma imensa e cara máquina burocrática vinculada a uma central partidária do PSTU, a Conlutas. Além disso, a linha política que predomina lá não condiz com a nossa. Infelizmente, a concepção de sindicato deles é extremamente ideologizada pelo conflito. É uma política que se recusa a negociar e se comporta como um partido político, como um programa de partido político. E nós achamos que um sindicato, principalmente sindicato de professores universitários, primeiro deve ter uma certa civilidade; segundo, deve ter capacidade de ser propositivo e negociar; e terceiro, deve cuidar das questões realmente específicas, cotidianas, dos interesses que são legítimos dessa categoria, que passa pela demanda de salários condizentes com a importância social do exercício de nossa profissão, condições adequadas de trabalho, ambiente de trabalho saudável.
O senhor poderia dar um exemplo prático da inoperância da ANDES em relação aos problemas da ADURN?
Recentemente, nós negociamos localmente e fomos a segunda Universidade, depois de Pernambuco, a resolver o problema dos aposentados pelo 192. Sem contar as diversas outras questões que nós encaminhamos, como questões de trabalho local, de sala de aula, ou seja, a ANDES hoje significa apenas a obrigação de enviar mensalmente recursos para sustentar sua máquina burocrática e suas campanhas ideológicas definidas pela Conlutas extremamente desvinculadas da realidade das Universidades.
O que a ANDES perde com o desligamento das Seções Sindicais?
O Sindicato Nacional, que é filiado a um movimento chamado Conlutas, controlado por partidos políticos - o PSTU e o PSOL - evidentemente, resiste às desfiliações. Eles vão à justiça e fazem todos os esforços para que as AD’s locais não ganhem a sua autonomia, a sua liberdade. Argumentam ideologicamente, já que é parte da luta política. Cada AD que ganha sua autonomia, principalmente, deixa de mandar um volume significativo de recursos e passa a não ser mais obrigada a se reger pelo estatuto do sindicato nacional.

 

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