Estudo da FGV sugere que Brasil está condenado a uma nova década perdida

Publicado em 29 de outubro de 2020 às 10h47min

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Um estudo do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV) mostra que a década entre 2011 e 2020 deve ser a primeira com queda de investimentos desde os anos 1980.

Trata-se de uma péssima notícia para a economia brasileira. Os investimentos são o carro chefe do desenvolvimento econômico. Quando estão em ascensão sinalizam prosperidade. Em queda, indicam estagnação ou recessão.

Isto não ocorre por acaso ou força objetiva dos fenômenos econômicos. Está associado à política de restauração neoliberal inaugurada pelo golpe de 2016 e radicalizadas pelo governo Bolsonaro. O congelamento dos investimentos públicos por 20 anos impede a recuperação econômica e condena o país a um estado de crônica estagnação, desindustrialização e decadência.

Pior resultado em 120 anos

Conforme publicou o portal G1 neste domingo (25), o estudo aponta que a taxa de investimento deve terminar a década com recuo médio anual de 2,2%. A última vez que isso ocorreu foi ao longo da década de 1980, conhecida como “década perdida”.

A mesma FGV já mostrou anteriormente que a década atual terá o pior resultado do Produto Interno Bruto (PIB) dos últimos 120 anos.

O estudo aponta que o desempenho ruim nos investimentos teve início em 2014, se aprofundou com a recessão até 2016, ensaiou recuperação leve até o ano passado e, com a pandemia da COVID-19, voltou a cair junto com o PIB. A atual projeção do relatório de mercado Focus, do Banco Central, é de que o PIB cairá 5% neste ano.

Ainda segundo o estudo da FGV, que utiliza uma projeção do Banco Central para calcular o investimento de 2020, o indicador registrará queda de 6,6% neste ano.

A pesquisa aponta também que mesmo sem a pandemia o nível de investimento seria considerado baixo para a década. As projeções anteriores apontavam alta de 4,1% para 2020, o que colocaria a década sob queda média de 1,2% ao ano no indicador.

O resultado disto é o aumento assustador do desemprego, da informalidade e da precarização das relações entre capital e trabalho. O Brasil não vai superar este impasse sem revogar e reverter o regime fiscal imposto pela Emenda Constitucional 95 no governo Temer.

Fonte: CTB

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