Apesar do carnaval cancelado, Brasil registra aglomerações em várias partes do país

Publicado em 18 de fevereiro de 2021 às 09h16min

Tag(s): Pandemia de coronavírus



Neste domingo, foram 1.105 mortes por dia na última semana. A maior média era de 1.097 mortes, registrada em 25 de julho de 2020, no auge da primeira onda da doença no país

Perto de atingir 10 milhões de casos de Covid-19, o Brasil ainda vive aglomerações, desrespeito ao uso de máscara e praias lotadas neste feriado de carnaval. Isso no dia em que o país registrou a maior média móvel de mortes pelo novo coronavírus desde o início da pandemia.

Neste domingo (14), foram 1.105 mortes e a maior média era de 1.097, registrada em 25 de julho de 2020, no auge da primeira onda da doença no país. A média móvel é calculada somando o resultado dos últimos sete dias, dividindo por sete.

Nas últimas 24h, o país registrou 647 óbitos causados pela doença e 22.440 novos casos, somando 239.294 mortes e 9.833.695 pessoas infectadas desde fevereiro de 2020. Nos últimos dias, porém, os registros foram ainda mais altos, já que aos finais de semana e nas segundas-feiras é comum que os números sejam mais baixo devido aos plantões nas pastas estaduais. Na quinta-feira (11), por exemplo, 1.452 pessoas morreram em um único dia, o que mostra que a pandemia está em ritmo acelerado.

Epidemiologistas temem que o período, a despeito do cancelamento de festividades em várias partes do país e acompanhado de um ritmo lento de vacinação, provoque um novo repique nos moldes das festas de fim de ano e agrave um cenário que já é crítico.

São Paulo

Em São Paulo, mesmo com o cancelamento do ponto facultativo de carnaval no estado e a adoção de regras para banhistas e comerciantes para conter a pandemia, as praias do litoral paulista registraram grande movimento neste sábado. Guarujá, por exemplo, as praias estiveram cheias mesmo com o tempo nublado.

O uso de máscara se tornou raridade nas areias nas praias de Santos, Guarujá e São Vicente.

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, do Leblon à Maré, praias lotadas. Em 2020, o Leblon virou símbolo do descaso com a pandemia que, até aqui, já fez mais de 31 mil vítimas. A noite as ruas do bairro enxameou de gente com a reabertura de bares e restaurantes após três meses de quarentena.

Neste período que, num ano normal, a Região seria tomado por blocos carnavalescos pelas ruas da cidade, não foi diferente. Uma operação da secretaria municipal de Ordem Pública interditou na noite deste sábado (13) o Bosque Bar, um bar temporário ao ar livre sediado pelo Jockey Club, na Gávea, que é vizinha ao Leblon.

Casas noturnas em Copacabana e na Barra da Tijuca, na zona oeste, também entraram na mira das autoridades.

Na quadra da escola de samba Unidos da Tijuca, a folia acabou antes mesmo de começar. A agremiação carnavalesca avisou em nota: "Por determinação da Prefeitura do Rio através da Secretaria de Ordem Pública e Vigilância Sanitária, cancelaremos o evento Roda de Samba do Vou Pro Sereno, o Pagode do Mestre com a Feijoada Nota 10 da Unidos da Tijuca que aconteceria neste domingo”.

Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo as ações municipais que envolvem prefeitura, guarda municipal e vigilantes sanitários fiscalizaram 11 estabelecimentos e interromperam quatro deles por aglomeração e falta de licenciamento.

O domingo (14) ensolarado colaborou para abarrotar a orla carioca. A praia do Leblon, por exemplo, lotou de pessoas, sobretudo jovens. Achar alguém com máscara era um desafio.

Rio Grande do Norte

Mesmo com a proibição de eventos de carnaval no Rio Grande do Norte, vários casos foram registrados desde a última sexta-feira (12), principalmente em Natal e na famosa praia da Pipa no município de Tibau do Sul. A Polícia Militar informou que registrou pelo menos 16 aglomerações neste sábado (13) em todo o estado, mas não especificou as localidades. Não houve presos.

Em Natal, capital do estado, a prefeitura interditou um evento de rua com aglomeração de cerca de 200 pessoas. A Guarda Municipal de Natal informou que realizou fiscalização conjunta com outros órgãos municipais e estaduais, que resultou em apreensões de equipamento de som, interdição de bloco carnavalesco e notificações de bares.

Rio Grande do Sul

Aglomerações em ruas e em uma lancha foram dispersadas durante a madrugada deste domingo (14) de carnaval em Porto Alegre. Uma força-tarefa terminou com as aglomerações registradas em bares e na Orla Moacyr Scliar, onde uma lancha, com som alto no rio, atraía pessoas para a beira da água.

A Prefeitura de Porto Alegre montou uma operação de segurança para o carnaval. Apesar de não ser feriado, a Guarda Municipal está atuando na fiscalização para evitar aglomerações nas ruas. Blocos e escolas de samba não podem promover desfiles. Estão proibidas também as festas em clubes e associações.

Ceará

Na noite deste sábado (13), a Polícia Militar encerrou uma festa com dezenas de pessoas em uma chácara em um município do interior do estado. Os agentes foram até o local, onde encontraram dezenas de pessoas aglomeradas e sem respeitar o distanciamento social. A PM também flagrou pessoas sem o uso de máscaras. Três pessoas foram conduzidas à delegacia e registrados como casos de infração do decreto destinado a impedir a propagação de doença contagiosa.

Já na capital, Fortaleza, a Praça da Gentilândia, o Polo da Mocinha e o Mercado dos Pinhões, locais que costumam ficar lotados em dias de carnaval, amanheceram vazios no sábado (13). As festas estão proibidas em todo o estado e o comércio não essencial tem horário restrito de funcionamento.

Paraná

Agentes da Ação Integrada de Fiscalização Urbana (Aifu) interromperam o funcionamento de um bar flagrado com cerca de 50 pessoas na madrugada deste domingo (14), em Ponta Grossa, no Paraná. Conforme balanço da Polícia Militar, entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, outros cinco estabelecimentos também foram notificados por descumprirem as medidas contra a pandemia da Covid-19.

Com informações de Agências

Fonte: CUT

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