Com significativa adesão, resultado da eleição do ADURN-Sindicato repercute além da comunidade acadêmica

Publicado em 30 de abril de 2021 às 18h53min

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A eleição do ADURN-Sindicato para o triênio 2021-2024 ocorreu remotamente nos últimos dias 27 e 28 de abril, e a expressiva aprovação alcançada pela chapa única inscrita (+Juntos pela UFRN) repercutiu para além da comunidade acadêmica. Nesta sexta-feira (30), Wellington Duarte e Oswaldo Negrão, respectivamente atual e futuro presidente da entidade, falaram ao Jornal da Educação sobre a exitosa trajetória do sindicato ao longo dos últimos anos, e sobre os desafios que estão por vir.

A despeito de todas as dificuldades impostas pela pandemia da COVID-19, o ADURN-Sindicato mobilizou os docentes sindicalizados e registrou o total de 656 votos, sendo 628 direcionados à chapa +Juntos pela UFRN, 15 deles brancos e 13 nulos. A presidenta da Comissão Eleitoral, Angela Ferreira, informou sobre a tranquilidade com que ocorreu todo o processo da eleição, ressaltando a necessidade de apoio da categoria docente para que a entidade representativa possa atuar com firmeza na resistência política em tempos de desmonte da educação pública e de ameaças à democracia.

Em entrevista  concedida ao jornal da Educação, Wellington Duarte, atual presidente do ADURN-Sindicato, iniciou a sua fala destacando dois aspectos que precisam ser considerados no cenário em que ocorreu o processo eleitoral: as condições de isolamento e aulas remotas às quais estão submetidos os professores devido à realidade pandêmica, “que tornam, inevitavelmente, as nossas dinâmicas de vida mais turbulentas”; e o fato de o pleito ter contado com uma única chapa, “o que é natural que retire um pouco do ânimo da campanha”. Diante desses fatores limitantes, Duarte pontua que a adesão alcançada e, especialmente, a aprovação da chapa com 97,5% dos votos, além de legitimar o processo democrático ocorrido, revela que a gestão que vem sendo construída desde 2015 tem o respaldo da categoria.

O presidente explica ainda que são muitos os eventos e elementos nocivos que a gestão tem enfrentado, mais especialmente desde o golpe de Estado de 2016. “A universidade pública nunca foi tão atacada como está sendo nos dias atuais. Tivemos, então, que mudar tática e estratégia da ação sindical, pautando nosso trabalho não apenas pela defesa da carreira, mas também pela própria defesa da educação e da instituição”, afirmou Duarte.  Nesse sentido, Wellington destaca a importância do sexto ano de sua gestão, oportunidade em que têm sido somados esforços para “manter o sindicato vivo, atuante, participativo. Um sindicato que saiu dos muros da universidade e hoje é respeitado na sociedade de uma forma geral, participando com frequência de eventos externos e dialogando com diferentes grupos sociais; isso sem perder de vista a nossa incessante luta em defesa da ciência, da tecnologia e da educação de qualidade”, disse o dirigente.

Após listar ações empreendidas pela gestão ao longo de dois mandatos, Duarte encerra a sua fala afirmando que “nós radicalizamos a democracia no sindicato: hoje nós temos políticas de envolvimento das mulheres, de aproximação com movimentos sociais dos mais diversos; temos também uma preocupação com a realidade do professor – que extrapola a sala de aula -  com o seu entorno, com o seu campo de trabalho, por isso estamos em constante diálogo com a Reitoria, com a PROGESP, questionando-os sempre que necessário”. Esses e outros motivos levam o atual presidente do ADURN-Sindicato a enxergar a sua atuação à frente da entidade como exitosa, trabalho que, ainda de acordo com Wellington, deverá ter continuidade com a gestão de Oswaldo Negrão.

O presidente eleito, por sua vez, falou sobre as lutas futuras à frente do Sindicato. Para Oswaldo Negrão, um dos principais desafios desde já impostos à gestão 2021-2024 se trata do enfretamento da agenda de desmonte dos serviços públicos que está sendo implementada pelo atual governo federal. No que diz respeito à proposta da chapa +Juntos pela UFRN, construída em diálogo com a base, Oswaldo destacou alguns pontos: a defesa intransigente da democracia, dos direitos à saúde, à educação e à vida. “Em tempos de tantos ataques e perdas de direitos sociais e econômicos, temos o compromisso com a manutenção dos direitos dos professores, em defesa da carreira e do próprio serviço público, que está sendo fortemente ameaçado em várias frentes, dentre elas a proposta da Reforma Administrativa”, enfatizou o presidente eleito.

Outra pauta a ser defendida pela nova gestão é a luta pela recuperação dos investimentos nas pastas da Educação, da Saúde Pública, e da Ciência, Tecnologia e Inovação. Oswaldo considera que é “trágico que um governo faça cortes nos orçamentos das agências de fomento que garantem a produção de ciência no país; no Sistema Único de Saúde; e nas Universidades e Institutos Federais em plena pandemia”. Na proposta de trabalho da Diretoria eleita, constam ainda projetos locais, como a estruturação da sede própria do ADURN-Sindicato, “de forma que tenhamos um espaço físico para atendimento aos associados com qualidade, acessibilidade e conforto; que seja também um espaço de convivência”, declarou Negrão.

O presidente eleito destacou, por fim, que é necessário seguir lutando pela garantia da qualidade de vida, de saúde dos trabalhadores da Educação, e para que isso aconteça “é preciso que haja uma articulação das bandeiras de luta em defesa da universidade pública, gratuita, universal, inclusiva e socialmente referenciada. Oswaldo encerrou a sua participação no Jornal da Educação reiterando que “a vida é o maior patrimônio que nós temos, por isso, precisamos ter a sua preservação como prioridade; e contribuir com a luta em defesa da vida é demandar vacina para todos, incluindo a comunidade acadêmica, também, no Plano Nacional de Imunização. É fundamental, portanto, que coloquemos em debate um retorno seguro às nossas atividades quando as autoridades sanitárias assegurarem condições epidemiológicas favoráveis à essa retomada”.

Oswaldo agradeceu o apoio e a participação da comunidade acadêmica no ato democrático que definiu a nova Diretoria do ADURN-Sindicato e reafirmou que, iniciada a sua gestão, o ADURN-Sindicato se manterá de portas apertas e empenhado em bem representar os professores da ativa e aposentados da UFRN.

O Senador Jean Paul Prates (PT) também participou do Jornal da Educação, parabenizando a nova Diretoria e destacando a importância do trabalho desenvolvido pelo ADURN-Sindicato: “vocês que fazem a entidade têm um trabalho importante e difícil pela frente, principalmente diante de tantos desmandos promovidos pelo governo federal no nosso país. E educação não é prioridade para eles, mas para nós, ela é. Contem, portanto, com o nosso apoio; o mandato está ao lado do Sindicato e dos professores em defesa da educação pública e de qualidade para todos e todas”.

Já o atual reitor da UFRN, José Daniel Diniz de Melo, somou-se aos que participaram do processo eleitoral e estão na expectativa de que venha mais uma gestão de muito trabalho e êxito do ADURN-Sindicato. Daniel Diniz destacou como “positivo o diálogo estabelecido nos últimos anos entre a entidade representativa dos docentes e a Universidade; uma marca da gestão do professor Wellington Duarte”. Por fim, o reitor parabenizou a Diretoria eleita e se colocou à disposição para seguir trabalhando junto ao Sindicato e em prol da Educação.

A posse da Diretoria que irá atuar à frente do ADURN-Sindicato no triênio 2021-2024 acontecerá remotamente no dia 17 de junho.

Ouça AQUI a íntegra do Jornal da Educação.

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