Manifestantes ocupam prédio da UFG em protesto à intervenção de Bolsonaro na nomeação de nova reitora

Publicado em 13 de janeiro de 2022 às 09h38min

Tag(s): Educação



Grupo é formado por estudantes, professores, técnicos e representantes de movimentos sindicais

Representantes do movimento sindical e estudantil ocuparam na manhã desta quarta-feira (12/01) o prédio da Reitoria da Universidade Federal de Goiás (UFG). O ato foi realizado em protesto contra a intervenção do presidente Jair Bolsonaro na nomeação da nova reitora da Universidade Federal de Goiás (UFG). O mandatário ignorou a vontade da comunidade acadêmica, que escolheu a professora Sandramara Matias Chaves para o cargo.

O diretor administrativo do Sindicato dos Docentes das Universidades Federais de Goiás (Adufg-Sindicato), professor João Batista de Deus, representou a entidade no ato. O docente classificou a contrariedade do governo à escolha da comunidade acadêmica como um ato de extremo ataque à democracia. “Não podemos nos calar diante de tal covardia. Temos toda a comunidade acadêmica favorável a nomeação da reitora eleita, professora Sandramara, e temos que lutar pela sua posse. Exigimos que a democracia seja cumprida, dentro da universidade ou fora dela”, criticou o diretor.

O presidente do Sindicato dos Técnico-administrativos das IFEs do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), Fernando Mota também participou e apoiou a ocupação do prédio da Reitoria da UFG. O servidor lembrou que os ataques às universidades e à educação tiveram início com os cortes orçamentários promovidos pelo governo de Bolsonaro e também com as declarações dos ministros que passaram pela pasta da Educação aos docentes, servidores e alunos. Agora, segundo Mota, Bolsonaro ataca novamente a educação intervindo na autonomia e na democracia universitária. “Este é um governo interventor. Queremos que nossa vontade seja respeitada, queremos Sandramara reitora da UFG”, disse.

A reitora em exercício Sandramara agradeceu o apoio dos manifestantes. Em declaração ao grupo, a docente destacou que todo o processo de eleição da nova reitoria da universidade ocorreu de forma transparente e integra, sendo fundamental então que a decisão da comunidade acadêmica seja respeitada. “Houve uma escolha do Conselho Universitário e eu tive ampla maioria dos votos, também ganhamos na consulta à comunidade acadêmica. Portanto, ambos foram desrespeitados nas suas decisões. A UFG foi ferida na sua autonomia, e foi com muita indignação que ontem recebemos a notícia da nomeação da professora Angelita Lima como reitora. Mas, uma vez ressalto que o problema não está na escolha da professora Angelita, que é uma profissional extremamente competente, que defenderá a universidade e a educação, e que fará sem dúvidas um trabalho brilhante. A questão é o desrespeito ao exercício da democracia”, pontuou.

Ainda na terça-feira (11/01), o Adufg-Sindicato e outras sete entidades ligadas à comunidade acadêmica divulgaram nota de repúdio contra a intervenção do presidente na nomeação da nova reitora da universidade. “Ato despreza a autonomia universitária e pode provocar instabilidade na instituição de ensino. Bolsonaro desrespeitou a escolha da comunidade acadêmica, assim como desrespeita o povo brasileiro diariamente, com sua política desastrosa na educação, saúde, economia, meio ambiente e ciência”, declararam as entidades no texto.

Fonte: Adufg-Sindicato

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