Em ato com muita luta e música, ADURN-Sindicato defende serviços públicos e reajuste salarial

Publicado em 03 de fevereiro de 2022 às 12h10min

Tag(s): Ato Político Mobilização Reajuste Salarial Reforma Administrativa



O ADURN-Sindicato realizou, na noite desta quarta-feira (02), um ato político-cultural em defesa do serviço público. O evento fez parte do Dia Nacional de Mobilização pela Reposição Salarial, unindo as três esferas do serviço público. Com participação dos diretores do ADURN-Sindicato e do PROIFES-Federação, a atividade contou ainda com a apresentação musical da cantora Marília Lino e do músico Ricardo Baya.

No caso dos docentes federais, a categoria exige uma reposição de 19,99%, índice capaz de repor a inflação acumulada no período do governo Bolsonaro. A última reposição que os docentes receberam foi em 2015, ainda no governo Dilma Rousseff. Assim, na abertura, o presidente do sindicato, Oswaldo Negrão, destacou que os professores federais estão com os salários congelados e uma defasagem, “com uma perda que é bastante significativa”. 

Além da questão salarial, Oswaldo ressaltou que “precisamos também pensar no projeto de desmonte que o governo Bolsonaro apresenta para a sociedade, como é o caso da PEC 32, como foi a PEC dos Precatórios, e também da própria Emenda Constitucional 95, que é anterior ao governo Bolsonaro, mas que congela os investimentos, em especial das políticas sociais”.

Outro ponto preocupante destacado pelo dirigente são os cortes feitos por Bolsonaro desde que assumiu a presidência. Oswaldo elencou como exemplo os “desfinanciamento da Ciência, Tecnologia e Inovação, da Educação e as Leis Orçamentárias que regem toda a estrutura de financiamento do MEC”. Para ele, é necessário articular medidas de reação. “Precisamos pensar em estratégias de como fazer o enfrentamento da pandemia, fazer a defesa do SUS, das campanhas de vacinação, e de uma Educação pública, gratuita, de qualidade e universal”.

 

Batalha pelo reajuste

Já para o vice-presidente do PROIFES-Federação, Wellington Duarte,  a exigência pelo reajuste de 19,99% “trata-se de uma negociação urgente e por isso estamos nessa batalha”. Ele lembrou que, mesmo com o argumento do Governo Federal de falta de verbas, não faltaram dinheiro para outras áreas, como os R$16 bilhões do Orçamento Secreto e R$37,6 bilhões para as emendas parlamentares. 

Duarte ainda criticou a aprovação do Orçamento de 2022, que teve o “menor nível de investimento da história desse país”, e o classificou como “lamentável”. “O PROIFES-Federação está a todo momento batalhando para que evitemos mais perdas para as universidades, para as nossas carreiras, [para] tentar melhorar o nosso salário. Até hoje o Ministro da Educação não recebeu nenhuma entidade representativa dos professores. Está sem diálogo”, disse o dirigente.

“Mas nós insistimos, batemos na porta, estamos lá e queremos fazer esse diálogo. O PROIFES-Federação, que representa cerca de 30 a 35 mil professores, é uma entidade que tem como pressuposto a negociação. Nós insistimos na negociação”, disse Wellington. 

 

“A gente cai, mas se levanta”

A última fala foi da diretora de Assuntos do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico do ADURN-Sindicato e diretora de comunicação do PROIFES-Federação. Gilka Pimentel lembrou o documento protocolado em 25 de janeiro pelo PROIFES junto aos Ministérios da Economia e da Educação, afirmando que “a nossa luta não é só salarial”.

Dentre outros pontos, a entidade reivindica o fim do projeto de Reforma Administrativa. “No ano passado, nós estivemos durante 10 semanas em Brasília fazendo pressão para os deputados federais, [para] que não votassem a PEC, que elimina o serviço público, que acaba com o Estado brasileiro, que acaba com o concurso público”, lembrou. “Nós tivemos uma grande vitória porque ela não foi pautada, porque toda semana estávamos lá. mas ela ainda pode voltar. E este ano a luta continua para que a PEC 32 seja retirada de uma vez por todas”.

Gilka destacou outro ponto apresentado aos Ministérios, pelo respeito à autonomia universitária. Ela lembrou as mais de 20 instituições que estão sob intervenção do Governo Federal. Outra crítica foi para a Emenda Constitucional 95, o chamado Teto de Gastos, que congela os investimentos em áreas como saúde e educação por 20 anos”. Mas, para ela, é necessário seguir lutando contra o desmonte do serviço público. “Vamos resistir, vamos lutar e vamos perseguir a nossa utopia, porque a gente cai, mas se levanta”. 

 

Transmissão

O ato foi transmitido no canal do ADURN-Sindicato no YouTube. Para Marília Lino, este é um momento de buscar “energia, vigor na nossa arte pra gente se refazer e resgatar a esperança”. A apresentação ainda pode ser conferida clicando AQUI.

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]