Presidente da ADURN fala sobre importância da Assembleia desta quarta-feira

Publicado em 19 de janeiro de 2010 às 18h59min

Tag(s): Assembleia Geral



A ADURN realizará amanhã (20), às 15h, na Biblioteca Central Zila Mamede, a Assembléia Geral Extraordinária cujo edital, que prevê uma hora de duração, foi publicado domingo no jornal Tribuna do Norte. O presidente da ADURN fala sobre a importância da Assembléia para o futuro dos docentes e suas lutas de classe.
O QUE A ASSEMBLEIA VAI DISCUTIR?
João Bosco Araújo. A assembléia terá três pontos de pauta: convocação do plebiscito para redefinir a relação da ADURN com o ANDES, para que a categoria livremente decida se quer que a ADURN seja um sindicato local ou se quer que a entidade continue sendo uma seção subordinada do ANDES; o segundo ponto é a filiação ao PROIFES-FORUM, que significa institucionalizar uma parceria exitosa e legitimada pelas conquistas alcançadas por essa parceria como foi o acordo salarial de 2008; o terceiro ponto, diz respeito ao Congresso do ANDES, que acontecerá agora, dia 26 de janeiro, em Belém-PA.
QUAL A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DOS ASSOCIADOS NESTA ASSEMBLEIA?
João Bosco Araújo. Nós fazemos um apelo a todos os associados, mesmo sabendo que a maioria está de férias e outros estão em seus locais de trabalho, para que disponibilizem uma hora do seu tempo, amanhã, para participar dessa assembléia, devido a sua grande importância. Esse evento vai constituir um momento histórico na vida da ADURN porque finalmente a categoria vai se posicionar, vai dar um passo a frente em um processo que já vem ocorrendo. Há seis anos que temos discutido com a categoria, mostrado a necessidade de ter novos rumos, uma nova concepção e postura sindical que temos implementado na gestão da  ADURN, que é um sindicato de professores universitários. Nós queremos e temos implementado isso na ADURN, uma postura responsável, uma postura que privilegia o encaminhamento das demandas reais e concretas dos professores, a negociação exaustiva dessas demandas, seja localmente com a reitoria, seja nacionalmente com o MEC e o Ministério do Planejamento através da parceria com o PROIFES Forum. Essa assembléia, portanto, será a oportunidade de darmos um passo a frente, num processo que a gente vem refletindo sobre o esgotamento, o desvirtuamento do sindicato nacional que hoje é um aparelho da Conlutas e que se distanciou totalmente da vida e das questões concretas  da categoria docente,  privilegiando o conflito, o discurso ideologizado. Nós achamos que é hora de dar um passo a frente e resolver uma contradição que existe em relação a vida da ADURN. A imensa maioria da categoria, normalmente cerca de 60%, tem elegido nas últimas três gestões diretorias com essa posição de responsabilidade, de negociar, de privilegiar as demandas da vida concreta dos professores. Agora, por outro lado, nós temos um pequeno grupo que se utiliza de assembléias, muitas vezes esvaziadas, para impor a política do ANDES e impedir que a diretoria da ADURN cumpra plenamente o seu papel em seu mandato.
POR QUE É NECESSÁRIA A CONVOCAÇÃO DO PLEBISCITO?
João Bosco Araújo. Por que é a possibilidade de ter a nossa liberdade, a nossa autonomia. A ADURN é obrigada a seguir todos os momentos burocráticos do ANDES e isso ocasiona, inclusive, muitos gastos financeiros. Parte dos recursos do ANDES vai para a Conlutas. O ANDES se filiou à Conlutas inclusive sem discutir com a categoria. Seus associados não tomaram conhecimento disso. O regimento da ADURN foi feito para impedir que os associados possam se libertar da tutela do ANDES, tendo em vista que ele prevê uma assembléia com 20% dos associados, algo quase impossível de ser realizado. Então, várias Associações dos Docentes no Brasil, com a da Bahia, de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, agora também do Ceará, têm feito exatamente isso. Colocaram para toda a categoria, através de plebiscito, que elas decidam o destino da AD. É o que nós queremos fazer aqui. Não será nem a diretoria, nem um pequeno grupo de oposição que irá decidir o rumo da ADURN, mas será uma decisão tomada por toda a categoria. É exatamente isso que queremos aprovar nesta assembléia. Delegar a quem de direito deve decidir, que são os associados. Não tem como alguém ser contra isso. Alguém, que se colocar contra, demonstra apenas uma visão antidemocrática e burocratizada.
POR QUE A DIRETORIA PROPÕE A ASSOCIAÇÃO DA ADURN AO PROIFES-FORUM?
João Bosco Araújo.
Veja. Quando o ANDES foi criado, tinha razão de ser um sindicato nacional que agregava os professores das federais, particulares, estaduais e municipais e tinha também uma agenda que terminava priorizando mais o confronto. Por que isso? Por que, naquele momento histórico, vivíamos num período ditatorial, então o sindicato era muito mais uma trincheira para lutar contra o regime militar do que um sindicato para encaminhar as questões concretas dos professores. Mas nós achamos que estamos em um outro tempo agora. O Brasil conquistou a democracia representativa. Achamos que estes sindicatos devem ter pautas de sindicatos e não pautas que se confundam com partidos políticos. Infelizmente, o ANDES está dominado por uma única facção, porque aqueles que fazem parte da história do ANDES, a parte significativa deles, hoje, compõem o PROIFES-FORUM. O ANDES atual continua no passado, como se o Brasil não tivesse mudado, como se a universidade não tivesse mudado e continuam com a postura do discurso ideologizado, do confronto e da recusa constante de qualquer negociação. Então, esses professores, do Brasil todo, que estavam contra a atual visão do ANDES, fundaram um Fórum a fim de estabelecer um canal de negociação com o governo. E isso tem acontecido. A ADURN tem participado nesses seis anos da ação do PROIFES-FORUM. Essa ação, inclusive, redundou na assinatura de um acordo, que, inclusive, o ANDES não assinou, no qual nós tivemos uma grande vitória que foi o acordo de 2008. O acordo aconteceu de forma negociada, sem tumultuar, sem paralisar a universidade. Esse processo se concretizou através de um reajuste, onde a última parcela vai ser agora em 2010, equiparou os rendimentos dos aposentados e dos ativos, que tinham uma diferença de mais de 20%, entre outras conquistas. A ADURN está participando do PROIFES-FORUM e faz parte dessas conquistas. Mais ainda. Este ano nós teremos a discussão de carreira, que o PROIFES-FORUM está encaminhando e discutindo com o governo. E aí nós queremos que a assembléia dê o aval ao que de fato já legitimamente vem acontecendo e a maioria da categoria tem apoiado e compreendido. Quer apenas tornar de direito uma situação que de fato já existe.
E EM RELAÇÃO AO CONGRESSO DO ANDES, QUAL A POSIÇÃO DA DIRETORIA?
João Bosco Araújo. A diretoria da ADURN chama atenção da categoria para esses encontros que o ANDES faz: CONAD, Congressos, etc. Primeiro que, tem uma pauta para ser discutida que não diz respeito aos interesses reais e concretos da categoria. Para se ter uma ideia, no CONAD, a discussão foi essa e agora em Belém será a repetição: a necessidade de construir um organismo que unifique trabalhadores do campo, da cidade, professores, sem-terras, enfim, todos os trabalhadores. Nós achamos que isso é uma pauta de um partido político e esse tipo de discurso, que é puramente ideológico, não diz respeito à categoria. Não traz nenhum benefício para nós. Mas o mais grave é que cada evento desses custa muito dos recursos da universidade. No congresso do ANDES, se a gente observar, cada delegado que for, terá diárias, hotéis, que nesse período de alta estação estão caríssimos e avião, que também está caríssimo. Então, é um custo muito significativo para um benefício praticamente inexistente para a demanda e interesses da categoria. Nós alertamos inclusive aos associados para a manipulação que os militantes do ANDES têm feito aqui nessa universidade em relação a duas coisas: uma é em relação aos colegas da geologia, no que diz respeito a questão do Garante. O congresso do Andes não será lugar e nem terá espaço para discutir isso. Os congressos do ANDES são de discussões puramente ideológicas, de enfrentamento global ao capitalismo, aos governos. Essa questão do Garante, a ADURN está encaminhando. Nós fizemos recentemente uma reunião com os diretores de Centro, com o Reitor e entramos em contato com as AD’s de outras universidades para encaminharmos uma legislação definitiva sobre isso. Na verdade, eles estão usando isso de forma demagógica, manipulatória. A mesma coisas eles estão falando do 192, inclusive faltando com a verdade quando dizem que existe dinheiro para ser recebido. Os colegas que foram aposentados com o 192 tiveram uma perda salarial, mas isso já foi corrigido na Universidade. O pessoal já recebeu o atrasado. Mais uma vez, mostra a prática da oposição do pessoal do ANDES que, por sua vez, está manipulando essas duas questões, que são concretas e reais para os professores. Estão faltando com a verdade para ter apoio as suas posições que não diz respeito às negociações.
PARA CONCLUIR, QUE APELO O PRESIDENTE FARIA AOS PROFESSORES ASSOCIADOS?
João Bosco Araújo.
Eu gostaria de convidar todos os colegas, solicitar uma hora de suas férias, uma hora de seu trabalho para que a gente realmente vire essa página da história da ADURN. Para que a gente dê esse passo a frente e que tenhamos, portanto, uma assembléia civilizada, mas com muita clareza sobre que rumo devemos tomar, sempre avançando na nossa autonomia e liberdade.  
 

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