Após etapa estadual, professores potiguares se preparam para Conferência Nacional Popular de Educação em Natal

Publicado em 23 de março de 2022 às 10h40min

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Entre os dias 10 e 11 de março, o Rio Grande do Norte promoveu a etapa estadual da Conferência Nacional Popular de Educação (CONAPE) 2022. Foram realizadas duas mesas, que discutiram a reconstrução do país e as desigualdades educacionais no estado. As atividades foram conduzidas por professores e professoras da UFRN, além do presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, Heleno Araújo.

Uma das organizadoras do evento foi Rute Régis, docente da UFRN e coordenadora do Fórum Estadual de Educação. Ela explicou que antes já haviam sido realizadas 10 conferências intermunicipais em todo o Rio Grande do Norte. “Houve uma participação de mil pessoas organizadas nos seus segmentos: gestores, trabalhadores em educação, estudantes, pais, e nos vários setores a partir dos sindicatos, associações etc”. De acordo com Régis, a partir da etapa estadual foram deliberadas moções que vão ser apresentadas na Conferência Nacional, que será realizada em Natal entre os dias 15 e 17 de julho.

Durante o encontro também foram escolhidos parte dos delegados e delegadas que estarão aptos a votar na CONAPE 2022. Eles vão se somar às delegações eleitas nas conferências intermunicipais não só do RN, mas de todo o país. Em breve, o Fórum Estadual de Educação fará a divulgação das inscrições para delegados e observadores da etapa nacional.

Primeiro dia da etapa estadual

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A etapa potiguar da CONAPE 2022 foi lançada com uma abertura oficial e uma conferência. Intitulada “Reconstruir o país: a retomada do Estado democrático de direito e a defesa da educação pública, com gestão pública, gratuita, democrática, laica, inclusiva e de qualidade social para todos/as”, a mesa contou com a participação do Prof. Dr. João Bosco Araújo (UFRN) e Heleno Manoel Gomes de Araújo Filho (FNPE).

Na abertura, Rute Régis destacou alguns dos eixos temáticos do evento. Dentre eles, ela citou as décadas de luta e conquistas sociais, “impossibilitadas pelo golpe [de 2016], pela pandemia e os próprios retrocessos na agenda brasileira”; “os planos de educação secundarizados pelo governo federal”, a valorização dos profissionais da educação e outros.

Também presente à abertura do evento, o presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, lembrou da importância de “unificar as bandeiras” e eleger uma nova representação no Parlamento e no Executivo. Falando também em nome do PROIFES-Federação, ele afirmou que é “fundamental pensarmos em estratégias para reconstrução e valorização das nossas carreiras, bem como do Estado Democrático de Direito”.

Já na conferência, Heleno Araújo criticou os cortes nas “perspectivas de vida digna do povo” e a falta de políticas públicas para atender a população. Para ele, sempre que há uma perspectiva de alfabetização, de comida todos os dias e direitos, “há uma elite do dinheiro que interrompe esse processo”.

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João Bosco Araújo, por sua vez, criticou a falta de investimentos na educação. “Nós passamos meio século para construir uma robusta estrutura de ciência e tecnologia. Destruíram em menos de quatro anos.”

Segundo dia

Em 11 de março houve duas conferências. A primeira, “Desigualdades educacionais no Rio Grande do Norte”, contou com a Profa. Dra. Lilia Sumiya (UFRN). A docente falou sobre o ebook desenvolvido por ela, em que apresentou um diagnóstico das condições educacionais no estado. Um dos objetivos, segundo Sumiya, foi subsidiar o planejamento de ações por gestores públicos e produzir um debate público sobre a educação potiguar.

Por último, a conferência “Educação e Diversidade: Justiça Social, Inclusão e Direitos Humanos” teve a presença da professora e diretora do ADURN-Sindicato, Mercês de Fátima dos Santos Silva (FACISA/UFRN). Ela criticou o agravamento de práticas discriminatórias e as perdas de direitos sociais de diversos grupos, como a população negra, indígena, quilombola e também as mulheres. “É um cenário que aprofunda uma crise, agravada com o momento pandêmico, mas já anunciada com o golpe de 2016 e a crise democrática forjada”.

É fundamental termos esses encontros estaduais e fortalecemos e convidamos a todas, todos e todes para a CONAPE 2022 que será também no Rio Grande do Norte. Mais do que nunca precisamos unificar as bandeiras e pensar em estratégias para que possamos de fato ter uma nova representação no parlamento, assim como no executivo. Fundamental pensarmos em estratégias para reconstrução e valorização das nossas carreiras, bem como do Estado Democrático de Direito.

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]