Pastores se negam a falar no Senado sobre suspeita de propina para liberar verbas

Publicado em 07 de abril de 2022 às 17h45min

Tag(s): Corrupção MEC



Bolsonaro, Ribeiro e Godoy (dir.) ao lado de pastores lobistas do MEC. 

Foto: Reprodução

 

Os pastores Arilton Moura e Gilmar Santos informaram à Comissão de Educação do Senado na noite desta quarta-feira, 6, que não comparecerão à sessão desta quinta-feira, 7. Os senadores vão ouvir apenas o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento Educacional (FNDE), Marcelo Ponte.

Como revelou o Estadão, os religiosos formavam um gabinete paralelo junto ao então ministro da Educação, Milton Ribeiro, facilitando o acesso ao comando da pasta. Prefeitos relataram ao Estadão e depois aos próprios senadores que os pastores cobravam propina em ouro, dinheiro e até compra de Bíblias para destravar recursos do MEC. A atuação de Arilton Moura e Gilmar Santos levou à queda de Ribeiro da chefia da pasta.

O presidente da Comissão de Educação, Marcelo Castro (MDB-PI), reagiu à recusa dos pastores em falar aos senadores. “Quem não tem culpa, quem é acusado injustamente, deve ser o primeiro interessado em vir prestar os esclarecimentos”, afirmou. “Eu acho que isso aconteceria com qualquer um de nós. Se a pessoa não vem prestar os esclarecimentos, se recusa a prestar os esclarecimentos, de certa forma eu acho que não fica bem para ela, é quase que uma confissão de culpa. Não vem por quê? Se a pessoa não tem culpa, eu acho que a pessoa faz é questão de vir” afirmou. “Mas isso fica a critério de cada um, eles não são obrigados a vir. Nós não temos o poder de polícia, como tem uma CPI.”

No documento enviado ao Senado e assinado pelo religioso, Gilmar Santos agradeceu o convite para falar aos parlamentares. O pastor disse que já prestou “os esclarecimentos pertinentes, tanto por meio de nota social publicada em redes sociais, quanto por meio de declarações à autoridade judicial competente”, escreveu.

Fonte: CartaCapital

ADURN Sindicato
84 3211 9236 [email protected]