Na USP, diferença entre o desempenho de cotistas e não cotistas é pequena e cai ao longo dos cursos

Publicado em 17 de maio de 2022 às 09h10min

Tag(s): Lei de Cotas



A conclusão é de uma pesquisa que avaliou o desempenho de quase 11 mil estudantes desde a criação da política, em 2018

Jovem com cartaz pedindo cotas na Universidade de São Paulo.

A diferença de desempenho entre alunos cotistas e demais estudantes da Universidade de São Paulo melhora progressivamente ao longo dos cursos, mesmo nos mais concorridos.

A conclusão é de uma pesquisa que avaliou, ao longo de quatro anos, a nota de cerca de 11 mil estudantes que ingressaram na universidade por meio da reserva de vagas a alunos de escolas públicas, bem como a pretos, pardos e indígenas. A política de cotas foi estabelecida em 2018.

O estudo mostrou que, no primeiro semestre de 2018, a distância máxima de nota entre os alunos vindos de escolas particulares e os de escolas públicas foi de 1,2 ponto na mediana, nota central de cada grupo. No segundo semestre de 2019, a distância já havia sido reduzida para menos de um ponto, 0,9, na média. No fim de 2021, a diferença foi para 0,7.

A pesquisa também identificou que o fenômeno acontece mesmo nos cursos mais concorridos, ainda que a distância de notas de desempenho entre os grupos de estudantes seja um pouco maior.

A conclusão é a de que, ainda que exista uma desigualdade no desempenho dos estudantes vindos de instituições particulares em comparação aos de escolas públicas (já durante o vestibular e ao longo dos cursos) –, o segundo grupo consegue reverter a situação, e isso vale tanto para alunos brancos, quanto pretos, pardos e indígenas.

O estudo ‘Ações Afirmativas no Ensino Superior Brasileiro’, realizada pelo Centro de Estudos da Metrópole, ligado à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) surge no ano em que está prevista a revisão da Lei 12.711/2012 que prevê a reserva de 50% das vagas das universidades e institutos federais a estudantes que tenham cursado o Ensino Médio em escolas públicas, além de estabelecer proporcionalidade às vagas para alunos pretos, pardos e indígenas.

Fonte: Carta Capital

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