8 de janeiro: Relatórios sigilosos da Abin apontam supostos articuladores de atos terroristas

Publicado em 07 de julho de 2023 às 10h07min

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Relatórios sigilosos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontam os supostos “articuladores dos atos intervencionistas” que promoveram ataques nas sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro. O grupo é formado por produtores rurais e um núcleo de pessoas identificadas como “incitadoras” dos ataques. A informação é do jornal O Globo.

Em um relatório intitulado “participação de lideranças do agronegócio em atos antidemocráticos e em ações de contestação do resultado eleitoral”, a Abin detalha a atuação do Movimento Brasil Verde e Amarelo (MBVA), que reúne produtores rurais, no dia dos atos golpistas.

Um dos documentos aponta que integrantes do MBVA “lideraram” bloqueios de caminhoneiros em novembro de 2022, em Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Roraima, com o objetivo de “contestar”, sem provas, a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no último pleito.

O grupo, segundo a Abin, tem à disposição “recursos econômicos para financiar transporte de manifestantes e ações extremistas, como as ocorridas no 8 de janeiro” e tem como “general” Antonio Galvan, presidente da Aprosoja. Ele já foi alvo de um inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) por supostamente apoiar atos golpistas e já foi alvo de mandado de busca e apreensão, em 2021.

Além de Galvan, outro “líder ideológico” do movimento foi citado pela Abin: o advogado e produtor rural Jeferson da Rocha. Nas redes sociais, ele publicou um manifesto defendendo a anulação do segundo turno das últimas eleições e divulgou carta pregando colocar “freios” em membros do STF.

Um outro relatório da Abin, intitulado “Segurança Institucional – intervenção federal /detenção não identificada até 26 janeiro”, identificou outro grupo suspeito de ter estimulado os atos terroristas. O documento destaca a participação do reservista do Exército Marcelo Soares Correa, conhecido como cabo Correa.

No dia dos ataques, ele disse que “o limite do pacífico acabou”. Segundo a Abin, ele é um dos líderes dos “Boinas Vermelhas”, uma agremiação formada “por reservistas autônomos que compartilham informação política ideológica semelhante, discurso radical de deslegitimação às instituições e propensão à ação violenta”.

Symon Albino, conhecido como Symon Patriota, e Ana Priscila Azevedo, também foram citados no documento da agência como os outros principais “incitadores” dos atos. Symon gravou diversos vídeos fazendo convocações antes dos ataques do 8 de janeiro e pedindo para o povo se “preparar”.

Já a bolsonarista Ana Priscila foi alvo de uma operação da Polícia Federal (PF) e está presa preventivamente por ordem do ministro Alexandre de Moraes. No dia das invasões, ela gravou vídeos dizendo que queria “colapsar o sistema” e “tomar o poder de assalto”.

 

Fonte: Diário do Centro do Mundo

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