“Operação Ouvidos Moucos foi uma afronta ao Estado Democrático de Direito”, diz presidente do ADURN-Sindicato

Publicado em 11 de julho de 2023 às 10h57min

Tag(s): Justiça



Luiz Carlos Cancellier é inocente! Essa foi a conclusão do Tribunal de Contas da União (TCU) após cerca de seis anos do início das investigações que levaram à morte do então reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A decisão que atesta não ter havido irregularidades na conduta do gestor foi encaminhada à universidade no último dia 6 de julho.

Cancellier foi alvo da Operação Ouvidos Moucos, em 2017. Naquela ocasião, a Justiça decretou sua prisão preventiva, sob a acusação de desvio de dinheiro público. 18 dias depois, o reitor cometeu suicídio. No bilhete que levava consigo no momento em que se jogou do último andar de um shopping de Santa Catarina, Luiz Carlos Cancellier disse que sua morte tinha sido decretada quando ele foi afastado da UFSC.

Para o presidente do ADURN-Sindicato, Oswaldo Negrão, a Operação Ouvidos Moucos foi uma afronta ao Estado Democrático de Direito e à autonomia da Universidade. “Mais uma vez ficou claro o modus operandi de uma justiça deturpada, em conluio com o Ministério Público, para fazer frente à democracia e às instituições, como é o caso das universidades federais. Agora, com o desfecho e com a absolvição de Cancellier pelo TCU, fica clara e evidente a falácia que foi a Operação Lava Jato como um todo”.

Negrão se refere à Lava Jato, pois a delegada Erika Marena, responsável pelo pedido de prisão do reitor e ex-coordenadora desta operação, defendia a tese de que a Petrobras tinha um outro esquema de envio de dinheiro para partidos de esquerda, por meio de verba originalmente destinada para faculdades. Ao final do processo, nenhum desvio foi confirmado.

“O Brasil precisa virar esta página e, para isso, nós precisamos de instituições fortes e de um marco regulatório. Porque não é possível pensar em magistrado, assim como em representantes do Ministério Público que ajam acima da lei. Ninguém está acima da lei. E para isso nós precisamos de instituições cada vez mais fortes”, afirmou Oswaldo Negrão.

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