Docentes do EBTT apontam caminhos para consolidar carreira e ampliar direitos no IV Seminário do PROIFES

Publicado em 01 de dezembro de 2025 às 10h02min

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No último sábado (29), o IV Seminário Nacional do PROIFES-Federação chegou ao fim após três dias de intensos debates. A edição histórica marcou o processo de consolidação da carreira criada pelo PROIFES em 2008, registrando a maior participação da categoria desde a realização do primeiro seminário.

Abrindo o último dia do evento, o professor Conrado Abreu, do IFSul, realizou uma apresentação cultural, precedendo a primeira mesa: Docência no Atendimento Educacional Especializado (AEE) no Magistério Federal: Desafios e Reflexões. A palestrante foi a professora Gabriela Leal, do IFBA, e a mesa contou com mediação da vice-presidente do ADURN-Sindicato, Isaura Brandão.

“Nós somos uma carreira muito diversa, porém é necessário manter a isonomia. O atendimento educacional especializado no Magistério Federal ele precisa atender aos pressupostos da carreira EBTT”, defendeu Gabriela.

A docente apontou os diversos desafios enfrentados pelos professores e professoras do AEE como: falta de pessoal, falta de recursos, falta de salas devidamente equipadas, e a alta demanda do público para esse tipo de atendimento nas instituições federais de ensino.

Diante disso, Gabriela afirmou que: “se faz necessário e urgente o debate sobre inclusão, sobre os professores que ofertam o atendimento educacional especializado, porque está cada vez maior a demanda pelo professor de Educação Especial nas nossas instituições federais, bem como outros profissionais de apoio para favorecer esta inclusão”.

A segunda mesa do dia se estendeu até a tarde de sábado e tratou de uma antiga demanda dos docentes do EBTT, a garantia do direito ao recebimento do piso do Magistério aos professores e professoras da carreira.

A apresentação ficou a cargo do vice-presidente do ADIFCE-Sindicato, Cícero Cavalcante, e da assessora jurídica do PROIFES-Federação, Andreia Munemassa. 

“Discutimos estratégias para garantir que o nível inicial da nossa carreira não seja abaixo do piso do Magistério”, disse Cícero. 

A assessora jurídica explicou que a possibilidade de implementação do piso para a categoria depende, além da articulação política, de decisão com repercussão geral do Tema 1118, que atualmente aguarda decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). 

Andreia Munemassa avaliou que a mesa teve “um debate extremamente importante, tanto do ponto de vista conceitual, que foi apresentado pelo professor Cícero, quanto do ponto de vista jurídico”. 

Na penúltima mesa do encontro, a presidente do ADIFCE-Sindicato, Josi Abreu, conduziu o debate acerca da importância da organização sindical para valorização da carreira docente ao lado do professor Márcio Portes, do IFMG. “Nesse momento, nós discutimos e debatemos a necessidade da categoria resgatar esse sentimento de pertencimento ao Movimento Sindical”, disse a dirigente.

A última apresentação cultural do Seminário ficou a cargo da vice-presidente do ADURN-Sindicato, Isaura Brandão, que reproduziu no encontro o trabalho que desenvolve na Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), com o projeto Leitores em Cena.

Encerramento

 

O diretor de EBTT do PROIFES-Federação, Romeu Bezerra, e o presidente do PROIFES-Federação, Wellington Duarte, encerraram o encontro destacando o caráter propositivo da atividade.

“Espero que a gente possa em outros momentos ter debates tão intensos, ter momentos tão criativos, e que a gente possa aprofundar isso nas nossas bases, levar essa discussão para os nossos sindicatos e a partir daí, reverberar de novo na Federação, como sendo a construção das bases sindicais dos sindicatos federados para a política EBTT”, afirmou Romeu Bezerra.

O presidente do PROIFES-Federação lembrou dos seminários anteriores e ressaltou a evolução do evento. “Quando fazemos isso [o seminário] é para se discutir exatamente os problemas que vão emergindo no processo de construção e consolidação dessa carreira”, afirmou. 

“O papel da Federação é equilibrar a defesa das carreiras e das condições de trabalho de forma geral, mas também, a Federação é formada de sindicatos, então você vai ter demandas locais que têm que ser respondidas pelos sindicatos locais e a Federação vai ter que dar suporte para isso”, explicou. “Esse Seminário eu espero que seja revolucionário, pois precisamos mudar coisas que são antigas. A gente precisa modernizar essa nossa discussão. Esse é o nosso desafio”.

Wellington encerrou o Seminário lembrando que 2026 será um ano desafiador para o serviço público federal. “Nós temos que estar preparados para fazer o que foi discutido aqui e apresentar uma proposta de campanha salarial robusta para 2027”, encerrou.

 

ADURN Sindicato
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