Volume global de crédito sobe a 46,2% do PIB em agosto

Publicado em 22 de setembro de 2010 às 15h44min

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O volume global de crédito do sistema financeiro aumentou 2,2% em agosto, para R$ 1,583 trilhão, o correspondente a 46,2% do Produto Interno Bruto (PIB). No ano, o volume registrou acréscimo de 11,9% e, nos 12 meses até agosto, houve elevação de 19,2%.
Em relatório, o Banco Central (BC) constata que "a expansão mensal de 2,2% é a mais alta observada desde julho de 2009, mostrando-se condizente com a intensidade da atividade econômica e com a manutenção de indicadores positivos relacionados ao mercado de trabalho, elementos que seguem impulsionando as revisões de investimento e consumo". A evolução é positiva, pois indica o crédito possibilita tanto o aumento dos investimentos quanto do consumo.
Inadimplência cai
Em julho deste ano, o estoque de empréstimo se encontrava em R$ 1,548 trilhão, ou 45,5% do PIB (revisado). Em agosto de 2009, essa relação se encontrava em 43,3% do PIB.
A parcela de empréstimos com recursos livres ficou em R$ 1,041 trilhão em agosto, alta mensal de 1,7% e acréscimo de 14,5% em 12 meses. A exemplo de meses anteriores, o crédito com recursos direcionados, como financiamentos do BNDES, créditos habitacional e rural, registrou um ritmo mais forte, crescendo 3,3% entre julho e agosto, para R$ 541,2 bilhões, e 29,6% em 12 meses
A taxa de inadimplência em atrasos superiores a 90 dias caiu para 4,8% do total da carteira de crédito referencial, ou seja, o volume tomado pelo BC para apurar as taxas de juros médias do sistema. Em julho, essa taxa equivaleu a 4,9%.
A média de inadimplência em operações contratadas por pessoas físicas saiu de 6,3% para 6,2%. A inadimplência entre as pessoas jurídicas ficou estável em 3,6%. Conforme o Banco Central (BC), o prazo médio das operações está em 457 dias corridos, sendo 536 dias para pessoas físicas e 386 dias para pessoas jurídicas.
Bancos públicos
O Banco Central (BC) revisou algumas de suas projeções para este ano. No começo de 2010, previa que a expansão de crédito seria mais forte nos bancos privados nacionais. Agora, a autoridade monetária não só reduziu tal expectativa, como aponta para a liderança folgada dos bancos públicos, cujos empréstimos devem subir 24% sobre 2009.
Na terça (21), o BC também reviu, para baixo, estimativa sobre o ingresso de investimentos externos diretos. Esperava US$ 45 bilhões em janeiro e, agora, reduziu para US$ 30 bilhões.
Estrangeiros
Na área de crédito, o BC divulgou no início do ano que o volume global teria um crescimento anual de 20%. Revisão divulgada hoje aumentou a expectativa para 22%. A nova estimativa aponta um salto expressivo na carteira de empréstimos dos bancos estrangeiros, que deve ter expansão de 14% em 2010, ante 9% da projeção anterior da autoridade monetária.
Sobre a carteira de crédito dos bancos privados, o BC falava de um crescimento ao redor de 24% no ano, agora corrigido para 22%.
Liderados pela expressiva expansão dos financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), os bancos públicos seguirão a trajetória iniciada com a crise mundial de 2008, quando o governo determinou que ampliassem os empréstimos. O BC prevê alta de 24%, ante 20% que previa para os bancos estatais.
O chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, explicou que a reestimativa tem por base “o desempenho” mais vigoroso da oferta de crédito ocorrida no ano até agora, calçada em maior dinamismo da atividade. Ele disse que abandonou a previsão de aumento de 26% do crédito direcionado no ano, que agora vai subir 30%. Isso porque já subiu 29,6% entre janeiro e agosto. Somente as contratações do BNDES registram expansão de 32,3% no período.
Também foi ampliada a expectativa para o comportamento do crédito livre de direcionamento, que cresceu 14,5% no e o BC aposta em 18% em 2010, contra 17% esperados antes. O volume de crédito a pessoas físicas deve subir 18% no ano, projeção inalterada. A mesma variação deve ocorrer nas operações a pessoas jurídicas (antes, o BC esperava 17% de expansão).
Foi mantida a previsão para a relação crédito versus PIB, de 48% ao fim de 2010, ante 45% em 2009. No ano até agosto já atingiu 46,2% do PIB ou R$ 1,58 trilhão.

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