No novo Congresso, o reencontro de Protógenes e Maluf

Publicado em 02 de fevereiro de 2011 às 10h32min

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Na reabertura do novo Congresso, um reencontro ao estilo do velho Oeste: o delegado Protógenes Queiroz (PCdoB) será colega do ex-governador paulista Paulo Maluf (PP), preso numa operação da Polícia Federal sob seu comando, em 2005. Maluf e seu filho, Flávio, foram acusados de formação de quadrilha, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Na cerimônia de diplomação, em outubro, na Assembleia Legislativa de São Paulo, Protógenes foi recebido aos gritos de "Prende o Maluf!". Terra Magazine procurou ouvir os dois deputados para compreender o significado político do ingresso da caça e do caçador na Câmara de Deputados. "Celular não é pra se intrometer na conversa de dois companheiros", reagiu Maluf, avesso a um papo. Protógenes respondeu a três perguntas. "É uma contradição", reconhece.
Terra Magazine: Como tem sido o primeiro contato do senhor com as espécies políticas de Brasília?
Protógenes Queiroz: Tem sido uma relação muito cordial. O Congresso Nacional, hoje, tem uma nova vida, houve uma renovação de quase metade dos congressistas. Então, há muita expectativa de que esse novo Congresso venha atuar dando importância e relevância ao poder Legislativo na construção do Brasil.
Terra Magazine: Na Câmara dos Deputados, o senhor vai ter como colega o deputado Paulo Maluf, preso em 2005 pela PF, numa operação sob seu comando. Vocês foram eleitos pelo mesmo Estado. Repetindo aquela velha pergunta de Petrônio Portela: que país é esse?
PQ: É uma verdadeira contradição. Mas essa contradição faz parte do aperfeiçoamento da democracia. Nós não chegamos ainda na plenitude democrática. A ausência de uma reforma política permite que alguns quadros da política brasileira se perpetuem no poder. Enquanto não houver reforma política, de uma forma séria, que traduza a realidade da maioria dos eleitores brasileiros, nós vamos viver com essa realidade.
Terra Magazine: No seu mandato, o que o senhor pretende priorizar?
PQ: Vou manter a bandeira que eu sempre preguei, a do combate à corrupção. Agora, na qualidade de deputado, com o viés legislativo, de criar instrumentos para coibir a corrupção no Brasil e até me alinhar com a proposta da presidente Dilma, que em seu primeiro pronunciamento à Nação, no Congresso Nacional, enfatizou o combate à corrupção. Ela disse que o governo não iria agir de uma forma complacente com qualquer aliado.
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