Eletricitários farão paralisação de 48 horas em todo o país

Publicado em 21 de julho de 2011 às 08h34min

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Nesta quarta e quinta-feira, 20 e 21, trabalhadores do Sistema Eletrobras em todo o país paralisam suas atividades para pressionar pelo fechamento do acordo coletivo de trabalho (ACT). O protesto é motivado pela falta de avanço nas negociações com o governo federal e com as empresas do Sistema. Sindicalistas, diante do impasse, advertem que a greve pode ter consequências sérias como apagões na Bahia e no Brasil.
O dirigente da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Paulo de Tarso, também membro do Sinergia Bahia, reforça a importância desta campanha nacional do setor elétrico, na Bahia representada pela Chesf (Companhia Hidro Elétrica do São Francisco). “Temos as usinas de Paulo Afonso, Sobradinho e Funil, que são responsáveis pelo abastecimento do nosso estado e serão paralisadas. É uma paralisação muito tensa e que pode gerar graves problemas de abastecimento, como apagões na Bahia e no Brasil. Não aceitamos o descaso como resposta às nossas reivindicações”, adverte o dirigente sindical.
A presidente do Sinergia Bahia, Cristina Brito, que é Secretária de Mulheres da CUT-BA, na mesma linha, reforça a importância da participação da categoria nesse processo. “Não há acordo possível sem que haja avanços em pontos importantes da pauta como aumento real, plano de saúde para os aposentados, entre outros. A tendência é a radicalização e o país corre o risco de apagões”, disse Cristina.
Em nota, o Sinergia Bahia informa que foram enviados pela FNU e os sindicatos, antes do início desta paralisação, ofícios à Ministra do Planejamento, Mirian Belchior, à Ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, ao Ministro de Minas e Energia, Edson Lobão e à Presidente Dilma Roussef, alertando sobre a situação limite em que se encontram as negociações do ACT dos trabalhadores do Sistema Eletrobras.
A nota destaca os riscos que essa conjuntura apresenta tanto do ponto de vista econômico quanto trabalhista e cobra a retomada imediata das negociações, ressaltando a posição de não abrir mão do ganho real e dos avanços nas demais cláusulas. Leia abaixo trecho da nota do Sinergia Bahia.
“Esperamos que o envio destes documentos, que são uma síntese do que vem acontecendo nesses meses de negociação do ACT 2011, faça o Governo refletir sobre a importância de se reconhecer o esforço feito pelos trabalhadores do setor elétrico nacional ao longo dos anos, pois se o país desfruta hoje de uma posição econômica favorável, sobrepondo até mesmo várias nações européias, nossa categoria tem participação direta nessa conjuntura, já que contribuímos com o produto responsável para o crescimento econômico que é a energia. Sem ela, como foi na época do apagão de FHC, a recessão seria o caminho inevitável.
Temos a certeza de que nossa paralisação será forte, com a adesão maciça da categoria, que entende que esse é o momento onde é preciso avançar através da luta, já que até aqui as direções de todas as empresas estão mais interessadas em preservarem seus cargos e, com isso, se escondem do debate com os trabalhadores, colocando a culpa somente no Governo e no Dest pela proposta vergonhosa apresentada até o momento. Vamos à luta, pois somente assim conssiguiremos mostrar a força dos trabalhadores e sua insatisfação com os rumos do ACT 2011. Todos paralisados hoje e amanhã!”.

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