Estudantes começam greve de fome no Chile

Publicado em 22 de julho de 2011 às 09h48min

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Jornadas de teatro, de música, maratona, intervenções artísticas, marchas. São diversas as tentativas dos estudantes para chamar a atenção do governo sobre a situação da educação no Chile. A paralisação já leva 45 dias e na última segunda-feira (18), implicou a saída do ministro da educação, Joaquim Lavín. No entanto, as reivindicações estudantis continuam sem respostas. Nessa quarta-feira (20), oito estudantes secundários, do município de Buin, região sul de Santiago, iniciaram greve de fome.
Os estudantes do secundário afirmaram que a greve de fome é necessária pela omissão do Estado diante da situação da educação no Chile. Segundo representantes do movimento, os grevistas só ingerem líquidos, mas permanecem tranquilos, conservam a consciência e estão bem de saúde.
As reivindicações do secundário pedem que a educação seja responsabilidade do Estado, tendo em conta que hoje está nas mãos do município. Também reivindicam a revisão da infra-estrutura dos colégios e acesso ao transporte público a um preço reduzido.
Ao mesmo tempo, em Santiago, a Coordenadoria de Estudantes Secundários realiza assembléia nacional de dirigentes regionais para analisar os próximos passos das mobilizações a âmbito do nível secundário. Sobre a saída de Lavín, os estudantes avaliam que a mudança só será verdadeira se a forma de fazer política do Ministério da Educação e do governo mudar junto. Estudantes reclamam da falta de diálogo com a administração.
Na TV
Nessa quinta-feira (21), universitários e estudantes do secundário se unem para realizar a próxima intervenção do movimento: 24 horas de TV pela Educação. Com conteúdos de apoio as mobilizações estudantis, a programação incluirá documentários, filmes e diversos conteúdos criados por alunos da Universidade do Chile, em especial de jornalismo e de cinema e televisão. A transmissão será gratuita pela internet, através de streaming y um link que será lançado em breve.
O movimento estudantil pretende chegar a 1.800 horas de protesto até o dia 27 de agosto. O número faz referência à cifra que, de acordo como os estudantes, é necessária para custear a educação pública e para uma mudança no sistema de bolsas.
Os estudantes reivindicam a estatização da educação para todos os níveis. No país, 10% dos estudantes frequentam colégios privados, e 40% a municipais e o resto a colégios mistos, em que os pais e o estado pagam em conjunto. No Chile, inclusive as universidades públicas são pagas.
Mudança de Gabinete
Com a saída de Joaquim Lavín, assume a Ministério da Educação, o ex-ministro da Justiça, Felipe Bulnes. Para a Confederação Estudantil de Chile (Confech), a mudança não poderá ser só administrativa, mas deve dar respostas as demandas levantadas pelo movimento. Em declaração a imprensa local, Bulnes manifestou tentativa de abrir diálogo com os estudantes para acabar com a paralisação.

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