Com real em alta, número de intercambistas brasileiros deve aumentar até 25% em 2011

Publicado em 25 de julho de 2011 às 09h40min

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Em tempos de real forte, o intercâmbio no exterior tornou-se uma opção acessível para estudar idiomas, adquirir experiência profissional e aprender os macetes de se lidar com outras culturas. Neste ano, a Belta (Associação Brasileira de Organizadores de Viagens Educacionais e Culturais) espera um crescimento de 20% a 25% no número de participantes. No ano passado, cerca de 170 mil brasileiros entraram em algum tipo de programa de trabalho ou estudo no exterior – em 2004, eram apenas 42 mil.
“É o momento ideal para ir, pois o preço está mais baixo que nos anos anteriores”, diz Maura Leão, presidente da Belta. Se o estudante quer fazer um curso de idiomas no final do ano, a hora de procurar é agora –a seis meses de embarcar.
Os intercâmbios podem ser só para estudo, trabalho ou ainda combinar ambos. Dá para aprender um idioma, fazer um curso em área específica ou frequentar ensino médio, superior ou pós. “Mas, atenção: se quiser trabalhar, o objetivo principal é conseguir uma experiência profissional no exterior. Não espere custear a viagem toda só com o salário”, afirma Tereza Fulfaro, diretora educacional da CI (Central de Intercâmbio).
Os destinos mais procurados mundialmente são os países que falam inglês, como Reino Unido, Estados Unidos, Canadá e Austrália. No caso da CI, eles respondem por 90% dos intercâmbios. “Neste ano já fechamos também um pacote um pouco diferente: para estudar inglês na Índia”, conta Tereza.
A tendência é que cresça a demanda mundial por intercâmbio em países que falam outras línguas. A Association of Language Travel Organisations prevê um aumento drástico no número de interessados na China. Já uma pesquisa entre estudantes estrangeiros mostrou que a Alemanha é a nação com melhor infraestrutura para recebê-los, sobretudo para cursos de graduação e pós – muitos deles oferecidos em inglês.
Ponto forte é lidar com outras culturas
“As escolas no exterior buscam brasileiros pelo fato de serem alegres e facilmente adaptáveis”, afirma Maura, da Belta. Mas fique atento: nem todo mundo é assim. Por isso, antes de embarcar num intercâmbio, pergunte-se se está realmente pronto para passar uma temporada fora e lidar com os desafios característicos da experiência.
A carioca Gracielle Azeredo, 23, passou as últimas férias de verão da faculdade nos Estados Unidos para aprimorar os conhecimentos em inglês. Foi a primeira vez que saiu do Brasil. No início, foi difícil entender o que os nativos falavam. Mas logo se acostumou e adorou. “Aexperiência me tornou uma pessoa mais flexível e aberta. Eu descobri que consigo me adaptar a uma realidade diferente da minha”, conta ela, que nunca tinha ficado tanto tempo longe da família.
“Obter o traquejo necessário para resolver problemas de comunicação e se sair bem no dia-a-dia é o ponto principal da experiência no exterior, mais até que aprender a língua”, diz Tereza, da CI. É um aprendizado que traz benefícios para a vida profissional e pessoal. Afinal, passar uns poucos dias como turista num país é bem diferente de ver de perto como é o cotidiano das pessoas daquele lugar.
É isso o que espera o paulistano Gabriel Mint Beaverhausen, 23, que embarcará para o Japão no final do ano a fim de passar três meses estudando a língua local. Fã da cultura nipônica, ele está louco para conhecer pessoalmente tudo aquilo de que só ouviu falar. “Quando voltar, sei que isso vai contribuir para conseguir um emprego, mesmo que não tenha nada a ver com o Japão”, diz.

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