Publicado em 29 de julho de 2011 às 10h11min
Tag(s): Estadão
O cientista Miguel Nicolelis, fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal (IINN), afirmou ontem, em entrevista coletiva na cidade, que a parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) continua.
Só seria desfeito o convênio que vincula o grupo de pesquisadores da UFRN, liderados por Sidarta Ribeiro, que deixaram recentemente o IINN.
Nicolelis disse que é "normal" que parcerias entre cientistas sejam desfeitas. "O convênio já se encerraria em setembro", justificou. Segundo o pesquisador, os cientistas que deixaram o IINN usufruíam de uma ótima infraestrutura, fruto da parceira público-privada existente entre a instituição e a UFRN.
Para o neurocientista, a saída dos pesquisadores não prejudicará o trabalho do IINN. "O instituto tem sua equipe própria de pesquisadores, bancados com recursos próprios, e essa saída não afeta em nada", destacou.
Um dos motivos para o "racha" seria o fato de Nicolelis impedir os pesquisadores de usarem equipamentos e a própria infraestrutura do IINN.
Ele afirma, no entanto, que "o instituto tem suas regras e são necessárias pedidos para o uso de equipamentos". Mesmo assim, segundo ele, 95 pessoas têm acesso irrestrito à instituição.
O neurocientista também questionou o valor divulgado dos equipamentos da UFRN que estavam no IINN, mas foram devolvidos à universidade no início da semana, estimado até agora em R$ 6 milhões. Ele apresentou uma planilha que apontava uma soma diferente: R$ 232 mil.
Os professores que deixaram o IINN integram o Instituto do Cérebro da UFRN. Os dois institutos estarão juntos no Câmpus do Cérebro, projeto coordenado pela UFRN em Macaíba.
A reitora Ângela Cruz, que não estava na coletiva, afirma que ainda conta com a possibilidade de parcerias entre os dois grupos.
