Ensino médio não prepara aluno para o mercado, diz empresário

Publicado em 18 de agosto de 2011 às 15h36min

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CURITIBA - Os alunos brasileiros chegam com tanta dificuldades ao ensino médio que a escola precisa de mais tempo para prepará-los para o mundo do trabalho. E a solução está na ampliação da carga horária nessa etapa da formação. A ideia é defendida pelo empresário Marcos Magalhães, presidente do Instituto de Co-responsabilidade pela Educação (ICE). Ele participou na manhã desta quinta-feira do Sala Mundo Curitiba 2011, evento que reúne educadores de vários países na capital paranaense.
Além da baixa carga horária atual, Magalhães critica o currículo do ensino médio. "Temos de repensar a grade", disse. Para ele, só deveriam ser obrigatórias as disciplinas de língua portuguesa, idiomas, matemática, física, química e biologia. História e geografia, por outro lado, deveriam ser eletivas. "Hoje o aluno que vai prestar vestibular para Engenharia perde tempo estudando filosofia. Se ele achar essa matéria importante, deveria ter a opção de cursá-la, não a obrigação."
O empresário também criticou o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), plano do governo federal que prevê integrar o ensino técnico ao nível médio. "Não podemos ter a síndrome da jabuticaba de querer inventar um novo modelo. Deveríamos olhar para as experiências bem sucedidas do exterior. A Alemanha, por exemplo, tem cinco tipos de escola de ensino médio. E a aluno pode escolher em qual ele quer estudar."
Gestão. Ex-presidente da Philips para o Brasil e a América Latina, Magalhães defende a adoção de modelos de gestão empresariais por diretores escolares. "Hoje é tudo na base do improviso", disse. A formação do professor, para ele, é uma das causas do problema. "Você pega os cursos de Pedagogia e as licenciaturas e vai encontrar no máximo cinco minutos sobre gestão escolar."

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