Editorial da Semana: Primeiro de Maio: uma luta sempre presente

Publicado em 02 de junho de 2009 às 08h55min

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“Se tenho que ser enforcado por professar minhas idéias, por meu amor à liberdade, à igualdade e à fraternidade, então nada tenho a objetar. Se a morte é a pena correspondente à nossa ardente paixão pela redenção da espécie humana, então digo bem alto: minha vida está à disposição. Se acreditais que com esse bárbaro veredicto aniquilais nossas idéias, estais muito enganados, pois elas são imortais''. Adolf Fischer, 30 anos, jornalista.

Com essas palavras, esse jovem jornalista, um dos líderes do movimento grevista, que exigia a redução da jornada de trabalho, de 15 horas para 8 horas diárias, recebeu a sentença de morte por enforcamento, proferida por um tribunal criado para punir a audácia dos trabalhadores de Chicago. A greve foi em 1° de maio de 1884, mas o calvário da liderança arrastou-se até 11 de novembro de 1887, quando a sentença foi executada.

Em 1891, no Congresso da II Internacional dos Trabalhadores, na França, foi decidido criar o Dia Internacional dos Trabalhadores, comemorado no 1° de Maio, que representaria a luta de todos os trabalhadores contra a opressão do Capital.

Passados 125 anos, desde os acontecimentos de Chicago, a classe dos trabalhadores enfrenta desafios inerentes à sua época, mas a questão da Jornada de Trabalho permanece presente. A forma de dominação do Capital, hoje sutil, e em alguns casos pouco perceptíveis, permanece presente e revela sua verdadeira face neste momento de crise, quando o trabalhador recebe o impacto devastador: o desemprego.

Neste momento, em que todos os agentes sociais sentem os efeitos da crise gestada e desencadeada no coração do sistema capitalista mundial, cabe às organizações políticas, sociais e sindicais defender os interesses da classe dos trabalhadores, fazer uma profunda reflexão sobre as formas de luta a serem encaminhadas contra a exploração direta do Capital, na iniciativa privada, ou na relação entre os servidores públicos e o Estado, e estabelecer a unidade de todos os trabalhadores para manter as conquistas sociais e até ampliá-las.

Desta forma é importante que os dirigentes sindicais olhem para as suas bases e começem a questionar as formas de organização e do encaminhamento das lutas dos trabalhadores das diversas categorias do funcionalismo público.

A Diretoria da ADURN propõe às forças sindicais essa reflexão, e considera fundamental que as futuras lutas da nossa categoria tenham a paixão daqueles gloriosos trabalhadores de Chicago, mas tenham também a percepção, perspicácia e imaginação que deve nortear as nossas ações, para que elas tenham sucesso. Felicitações a todos os trabalhadores da Educação e a todos aqueles que querem uma sociedade livre, justa e soberana!


Fonte: Comunicação ADURN

ADURN Sindicato
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