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Publicado em 23 de novembro de 2012 às 10h37min
Tag(s): Folha
Barack Obama foi o candidato preferido dos cientistas na eleição dos EUA e quase não ouviu críticas da comunidade de pesquisa na campanha. Antes mesmo do segundo mandato, porém, o presidente já sofre pressão para evitar uma catástrofe: cortes de US$ 50 bilhões no orçamento federal de ciência.
A redução, uma queda de 17,2%, é a que os recursos de pesquisas não militares devem sofrer nos próximos cinco anos caso os cortes necessários para equilibrar as contas do governo poupem a pesquisa na área de defesa.
Atingindo o país que detém um quinto da produção científica do mundo, o valor do corte seria cerca de cinco vezes o do acelerador de partículas gigante LHC. Essa estimativa de redução saiu de uma análise da AAAS (Associação Americana para o Avanço da Ciência).
O melhor cenário - no qual o orçamento de pesquisa militar e civil seria compensado por cortes em outras áreas - manteria os níveis de gastos equivalentes aos de 2012. "Ainda resta algum interesse de certos grupos, sobretudo na Câmara dos Representantes [controlada pelo Partido Republicano], em proteger o lado da defesa na equação", afirma Matt Hourihan, autor do relatório da AAAS sobre a situação.
Obama, cuja candidatura recebeu o apoio de 68 cientistas vencedores do Nobel, deve sofrer imensa pressão agora para usar todas as suas cartas na tentativa de evitar o pior no corte. Os números no primeiro ano do período de contingenciamento devem ser negociados no Congresso dos EUA até o fim do ano.
Com uma redução da verba americana, seria natural que cientistas em países em desenvolvimento passassem a se preocupar. Há dinheiro dos EUA em quase todos os megaprojetos internacionais de pesquisa básica.
No Brasil, porém, o secretário de Políticas e Programas de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, Carlos Nobre, diz não estar preocupado. "Já estamos distantes do ponto em que a colaboração com os EUA fazia diferença", diz. Para ele, uma queda no investimento americano pode ter até o efeito contrário, porque a comunidade acadêmica passaria a ter uma "capacidade ociosa" e buscaria ajuda para preenchê-la. "Isso traria mais oportunidades de parcerias para o Brasil."
Área climática - Se há pouca chance de o orçamento federal de pesquisa voltar a crescer nos EUA, ao menos outra demanda da comunidade científica parece estar num momento favorável: o avanço na política para o aquecimento global.
Após sua reeleição, Obama já mencionou duas vezes que promete retomar essa agenda com mais força. A avaliação dos cientistas é que hoje há uma parcela maior do eleitorado que vê a mudança climática como problema grave, e isso ajudará o presidente em medidas concretas. "Claro que há alguns congressistas que não vão querer discutir isso, mas acho que há uma oportunidade maior nos próximos anos para tratar do tema", diz Joanne Carney, diretora de assuntos legislativos na AAAS.
Segundo ela, diminuiu o medo de que a política ambiental prejudique a economia. "Soluções como a taxa de carbono podem ser um caminho que eles vão considerar."
Durante a campanha, Obama explorou pouco suas duas principais iniciativas para reduzir as emissões de gases: regras contra carros que bebem muito combustível e o veto a novas usinas a carvão pouco eficientes.
Cientistas também acreditam que o presidente terá mais espaço para negociar a entrada dos EUA num sonhado acordo global do clima. "É o segundo e último mandato, então ele não precisa mais ter posição tímida na questão ambiental", diz Carlos Nobre, do MCTI. "Só que ele tem de se engajar construtivamente, e não travando a pauta, como os EUA fazem."
Fonte: Folha de São Paulo