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Publicado em 27 de novembro de 2012 às 10h35min
Tag(s): O Globo
Ano a ano vem crescendo o número de matriculados em cursos de pós-graduação no Rio de Janeiro. Segundo dados da Capes, em 1998, havia 12.588 discentes de mestrado e doutorado no estado. Em 2011, o número saltou para 25.199, incluindo também os mestrados profissionais, antes não contabilizados. Isso sem mencionar especializações e pós lato sensu, como MBAs, que, segundo a assessoria do MEC, não têm o número de matrículas registrado, mas vêm tendo aumento significativo de acordo com sete das principais instituições de ensino do Rio ouvidas pelo Boa Chance. Juntas, UFRJ, UERJ, UFF, PUC-Rio, FGV, Ibmec e ESPM somam 47.538 alunos cursando pós-graduações lato ou stricto sensu em 2012.
Se a maior procura por qualificação reflete o desenvolvimento econômico que o Brasil alcançou nos últimos anos, também motiva a busca por alguns dos cursos mais concorridos - aqueles que, justamente, fornecem conteúdo para atuação nas áreas mais em alta. Engenharias, tecnologia da informação, petróleo e gás, administração e
gestão concentram o maior número de alunos nessas instituições.
"Está começando a haver uma transição. Se, há dez anos, no mercado de trabalho o diferencial era ter o diploma de nível superior, hoje, a pós-graduação se torna cada vez mais importante. Isso porque, na última década, o número de jovens que chega ao mercado com terceiro grau aumentou de forma impressionante", avalia Carlos Henrique Leite Corseuil, diretor-adjunto da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Engenharia e gestão - Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), as áreas de tecnologia e saúde são responsáveis pela maioria das matrículas dos 11 mil alunos. Boa parte deles está na Coppe (Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia): são 1.643 mestrandos e 1.086 doutorandos, totalizando 2.729. Recentemente, a universidade atingiu a meta de cem cursos stricto sensu - além de 300 lato sensu.
"A ciência é dinâmica. Novas áreas do saber vão surgindo, principalmente aquelas que envolvem interdisciplinaridade, e a universidade deve estar atenta a isso, cobrindo os novos setores do conhecimento. No Brasil, ainda precisamos de muito mais mestres e doutores para alavancar a pesquisa, a tecnologia e a inovação", diz a pró-reitora de Pós-graduação e Pesquisa da UFRJ, Debora Foguel. "E temos sentido um movimento, que é nacional e não apenas no Rio, que é o do investimento das famílias na educação dos filhos".
Na PUC-Rio, as engenharias (especialmente elétrica, civil, mecânica, metalúrgica e de produção) também encabeçam a lista das pós mais procuradas, juntamente com aquelas na área de tecnologia da informação e design. No total, a universidade registra sete mil alunos de pós-graduação, sendo 2.300 matriculados em cursos stricto sensu.
"A demanda crescente pelas pós-graduações em engenharia e informática, sem dúvida, estão diretamente ligadas ao crescimento econômico do País", destaca Paulo Cesar Duque Estrada, coordenador central de Pós-graduação e pesquisa da PUC-Rio.
A Escola de Negócios (IAG) da PUC é outro departamento que recebe muitos inscritos em seus programas de mestrado e MBA, o que também está em sintonia com o mercado fluminense, que vê crescer tanto as empresas já existentes como as novas companhias. "É possível encontrar também alunos empreendedores, donos de seus próprios negócios, além dos que atuam em empresas", diz Duque Estrada.
Esse perfil empresarial do estado se reflete, também, no Ibmec, cujo curso mais disputado é o MBA em "Gestão de negócios". A instituição tem 3.100 alunos lato sensu no Rio, além de 230 na modalidade on-line, 1.300 in company, e 160 no mestrado stricto sensu.
"Notamos dois movimentos fortes: o de profissionais de outras áreas, como medicina ou direito, que estão percebendo a importância de ter conhecimentos na área de gestão no contexto atual. E o avanço do empreendedorismo, com muitas pessoas se lançando na criação de seus próprios negócios", afirma Renata Nogueira, coordenadora-geral da pós-graduação do Ibmec. "E nós temos recebido um público novo, que está interessado, inclusive, em investir em educação".
Lato sensu - Na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), o novo momento econômico do País, representado também pelo crescimento no número de alunos de nível superior, vem aumentando a procura por cursos lato sensu, enquanto os de stricto sensu permanecem com a mesma média de inscrições - a instituição conta 5.862 alunos de pós lato sensu e 3.735 de stricto sensu.
"Como há mais oportunidades de emprego no estado, a especialização acaba sendo mais demandada por ser mais voltada ao mercado profissional", acredita Elizabeth Macedo, diretora do Departamento de Fomento ao Ensino para Graduados da Uerj.
Os cursos lato sensu são também os mais procurados na Fundação Getúlio Vargas: são seis mil inscritos, enquanto a pós stricto sensu conta com 430 matriculados. O pró-reitor da FGV, Antonio Freitas, explica esse cenário. "Isso acontece por diversas razões: a primeira delas é em função da mudança de carreira: pessoas que escolheram o que fariam aos 17 anos acabam buscando uma nova especialização, para adequar o conhecimento ao trabalho que exercem", afirma Freitas. "Além disso, a qualidade dos cursos, de maneira geral, também aumentou muito nos últimos anos no Brasil".
"Gestão empresarial" e "Gerenciamento de projetos" (lato sensu) são as especializações que mais recebem alunos na FGV - o último, inclusive, passou de curso "marginal a principal", segundo Freitas.
"Isso é um reflexo do momento do Brasil, em que 105 milhões de pessoas ascenderam à classe média, o que cria o aumento da demanda por todos os tipos de produtos. Isso, consequentemente, gera mercado para quem trabalha com gerenciamento de projetos", diz o pró-reitor da FGV.
Na Universidade Federal Fluminense (UFF), o lato sensu também recebe mais alunos: são 4.700, sendo dois mil em cursos à distância. Mas o stricto sensu não fica tão atrás: são 2.300 mestrandos e 1.250 doutorandos, um total de 3.550.
Os MBAs em gestão e administração e os mestrados de história e em sistemas de computação atraem o maior público da universidade, que registrou aumento de 40% na procura pela pós-graduação em geral nos últimos cinco anos, enquanto os cursos lato sensu à distância cresceram 500%, de acordo com Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, pró-reitor de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da UFF. "A busca por formação acadêmica também guarda paralelo com o desenvolvimento de uma sociedade. As áreas de sistemas de gestão e computação são elementos da sociedade moderna coerentes com a busca por esses cursos".
A ESPM-RJ possui 701 alunos matriculados nos cursos de pós lato sensu que oferece - sendo "Comunicação organizacional integrada", "Gestão do entretenimento" e "Gestão empresarial e marketing" os principais da instituição.
"O sucesso do curso de "Gestão do entretenimento" espelha a necessidade do mercado e explicita a carência de formações nessa área da indústria criativa. Especialmente no Rio, que tem uma vocação natural para a economia criativa", avalia Flávia Flamínio, diretora-geral da ESPM-RJ.
Segundo Flávia, hoje, os alunos do lato sensu são mais jovens que os de dez anos atrás. "E houve outra mudança no perfil desses estudantes. Antes mesmo de entrar na graduação, eles já estão pensando na pós que irão fazer".
Para Carlos Henrique Leite Corseuil, diretor-adjunto da Diretoria de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, esse é um movimento que, de fato, vem ocorrendo em todo o País. "A pós lato sensu, especialmente no caso dos MBAs, tem ligação direta com o mercado, por conta do currículo mais voltado para a prática do que para a teoria. Assim, os candidatos saem mais preparados para determinadas funções em alguns setores nos quais a formação da graduação é mais genérica", diz Corseuil.
Mestrado profissional - Os representantes das instituições ouvidas pela reportagem também indicaram um movimento de expansão dos mestrados profissionais. A Uerj, por exemplo, está iniciando a conversão de algumas pós-graduações que oferece nesse tipo de curso.
"O mestrado profissional tende a crescer porque as empresas começam a sentir a necessidade de qualificar melhor seus funcionários. A ideia é que esse tipo de mestrado atenda mais à demanda das empresas", acredita Paulo Cesar Duque Estrada, coordenador central de Pós-graduação e Pesquisa da PUC-Rio.
Fonte: O Globo