Entrevista em 14 de outubro de 2007
Abrahão Costa Andrade despertou cedo para a Filosofia. Durante a graduação na UFPB, recebeu bolsa de iniciação científica para estudar Kant e o problema das relações entre razão e sensibilidade. Nos estudos, descobriu outros dois filósofos de diferentes épocas que trabalhavam a mesma temática: Friedrich Schiller e Walter Benjamim. Ambos falavam da educação estética do homem e como ir além dela na sociedade e nas artes. A idéia de estabelecer uma relação entre a filosofia e a literatura dentro da problemática de Kant o motivou para o mestrado na USP. Após um ano e meio de pesquisa, Abrahão decidiu mudar radicalmente de foco. Passou a estudar o francês Paul Ricoeur e suas questões sobre razão e subjetividade. Posteriormente, fez doutorado também na USP, continuando sua análise sobre a obra de Ricoeur. Em 2002, Abrahão entrou como professor do Departamento de Filosofia da UFRN. Entre 2004 e 2007, o professor pesquisou e reuniu todo seu material sobre a relação entre literatura e filosofia. O resultado foi um livro, ainda sem título, que deverá ser lançado em breve pela EDUFRN. Nele, parte dos estudos do filósofo brasileiro Luiz Costa Lima, defensor da Filosofia da Literatura (uma linha de pesquisa que analisa a sistemática do pensamento produzido durante a crítica literária). “A crítica literária é uma reflexão segunda sobre o texto. Ela poderia ser até uma reflexão quarta, uma vez que o texto reflete sobre si próprio. Depois há a reflexão do autor sobre o texto, em seguida a do leitor, e por último a reflexão sobre o pensamento desse. São as críticas sobre essa reflexão que buscamos analisar”, diz Abrahão. Atualmente, ele faz parte da Base de Pesquisa “Mito e Pensamento nos Estudos Literários”. Todos esses estudos sobre filosofia e literatura têm um porquê. O professor também é escritor e poeta. Antes de iniciar o mestrado, escreveu três livros de poesia na Paraíba, dos quais dois foram premiados pelo governo do estado. Mulãria da Macambária recebeu o prêmio “Silvino Olavo”, da Secretaria Estadual de Educação. O Idioma dos Pães recebeu o prêmio “Novos Autores Paraibanos” e foi publicado pela Editora da UFPB. Em 200NULL, Abrahão teve sua dissertação de mestrado publicada pela EdiPUC do Rio Grande do Sul, intitulada Ricoeur e a Formação do Sujeito. Em 2003, publicou Angustia da Concisão. Ensaios de filosofia e critica literária, pela editora Escrituras.
