Columbia vai abrir escritório no Brasil

Publicado em 19 de março de 2012 às 10h25min

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O alto escalão da Universidade Columbia, uma das joias da Ivy League americana, desembarca nesta semana em São Paulo com um presente. Para o Rio. A segunda maior cidade brasileira vai ganhar em setembro o oitavo escritório global de Columbia, que dará estrutura de apoio logístico e acadêmico para professores e estudantes interessados em fazer pesquisa no País. "A curiosidade nossa, e do mundo, pelo que acontece no Brasil nunca foi tão grande", diz o pró-reitor acadêmico da universidade nova-iorquina, John Coatsworth.
O pró-reitor é um dos integrantes da comitiva de Columbia que participa na quarta-feira do ciclo Grandes Universidades, em evento que será realizado no câmpus do Insper, na Vila Olímpia, zona sul de São Paulo. Os outros são o reitor da universidade, Lee Bollinger, advogado que é referência no debate sobre liberdade de expressão e ações afirmativas nos Estados Unidos, e o diretor da Escola de Políticas Públicas e Relações Internacionais (Sipa, na sigla em inglês), Robert Lieberman.
Fundada em 1754, Columbia é um dos exemplos mais notáveis da opulência do ensino superior nos Estados Unidos. Financiada por um fundo de perto de US$ 8 bilhões, alimentado por investimentos e doações, tem pouco mais de 27 mil estudantes. Lidera a lista de universidades com ganhadores do Nobel (são 40 prêmios até hoje). Estudaram em Columbia três presidentes americanos, entre eles o atual, Barack Obama.
Como ocorre nas universidades de elite dos EUA, a palavra de ordem em Columbia é acelerar a internacionalização. Um dos instrumentos para isso foi uma rede que já inclui representações em Paris, Istambul, Amã (Jordânia), Mumbai (Índia) e Pequim. Na semana passada, essa estrutura ganhou o acréscimo de um global office em Santiago, no Chile. Antes do Brasil, Columbia iniciará as atividades de um escritório em Nairóbi (Quênia).
Mão dupla. Além de dar suporte a seus alunos e pesquisadores, a universidade quer atrair estudantes brasileiros e ampliar o intercâmbio com instituições daqui, hoje disperso em acordos individuais feitos por suas 15 escolas. "Uma das missões do escritório será identificar brasileiros promissores e divulgar nossos programas para eles", diz Coatsworth. "Sabemos que há mais talentos no Brasil do que conseguimos atrair hoje."
Antes de ser pró-reitor, Coatsworth dirigiu a Sipa, um dos núcleos da presença brasileira em Columbia. O centro tem dez alunos brasileiros, bolsistas do Lemann Fellowship, programa financiado pelo empresário Jorge Paulo Lemann, um dos controladores da Ambev, para apoiar o intercâmbio com o País. Entre as iniciativas beneficiadas pelo programa está a dupla graduação com a Fundação Getúlio Vargas, que oferece cursos de dois anos para alunos da Sipa e da FGV em Relações Internacionais e Políticas Públicas. Metade do programa é dada no Brasil e a outra metade nos EUA.
"Queremos também expandir a relação com nossa densa rede de contatos no Brasil", afirma Coatsworth. Além de ex-alunos de destaque, Columbia já teve como professores convidados personalidades do quilate de Fernando Henrique Cardoso e do ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga.
Ciclo. Criada em 1991 por Lemann e pelos outros controladores da Ambev, a Estudar já deu cerca de 500 bolsas para jovens talentos estudarem no Brasil e no exterior. Para divulgar escolas de elite, iniciou no ano passado o ciclo Grandes Universidades, com a participação da Universidade Harvard, da Harvard Business School, de Yale e do brasileiro Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA). A edição 2012 do ciclo, que tem o Estadão.edu como parceiro, começou na semana passada, com a visita a São Paulo da comitiva da Singularity. Abrigada em instalações da Nasa na Califórnia, a universidade se propõe a divulgar a mentalidade de tecnologia e inovação do Vale do Silício.

Estadão

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