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ADURN: Um raio-x de treze meses de gestão

Publicado em 07 de julho de 2009 às 13h29min

Autor: Francisco Wellington Duarte
Professor do Departamento de Economia
Diretor de Política Sindical da ADURN

 

Após treze meses de gestão, a Diretoria da ADURN enfrenta desafios que comprovam a justeza de sua propositura durante a campanha eleitoral, que lhe deu quase 60,0% dos votos: buscar novos rumos para o Movimento Docente.

Os desafios postos não se relacionam apenas ao embate político entre o ANDES-SN, o velho e esclerosado sindicato nacional que insiste em se dizer representante da nossa categoria, e o PROIFES, uma entidade que se apresenta como o “novo” apostando na efetiva democratização das instâncias de representação da categoria.
A ADURN, no seu cotidiano, foi construída com o esforço e a dedicação de muitos que hoje estão em lados opostos. O mérito dessas pessoas, inegável, foi de dirigir uma entidade durante a construção de um movimento nacional da categorial, nos ataques que o governo Fernando Henrique Cardoso fez ao longo de oito anos, tanto contra as universidades públicas, como contra o movimento sindical em si.

Mas, quando olhamos a ADURN em si mesma, vemos que a luta política e sindical acabou por colocar em segundo plano o aspecto relativo ao modelo de gestão que historicamente construiu a ADURN que conhecemos. E nesse aspecto o volume de problemas teve de ser combatido por essa nova gestão.

Em primeiro lugar a nova gestão enfrentou de frente um problema clássico do movimento sindical. O absoluto desrespeito aos seus trabalhadores, que não tinham plano de cargos e salários, condições de trabalho insuficientes e nenhuma assistência aos trabalhadores. Prática infeliz do movimento sindical de uma maneira geral que foi encarada como algo a ser ultrapassado.

Adotamos o princípio de que os funcionários são da entidade e não das diretorias e para isso criamos um Plano de Cargos e Salários, implantado em dezembro de 2008, que adequou a malha salarial às funções e garantiu estabilidade para as próximas negociações salariais. Ao longo desse período re-aparelhamos completamente os equipamentos da ADURN, dando modernidade e funcionalidade. Combinamos melhoria da qualidade de trabalho com a valorização do patrimônio da entidade. Propiciamos fardamento adequado e plano de saúde para os funcionários, dentro da estratégia de absoluto respeito aos trabalhadores.

Em segundo lugar a gestão olhou para o patrimônio físico da ADURN. Nesse aspecto posso dizer que a Diretoria vem cumprindo um papel extremamente relevante, preparando a entidade para dar ao seu associado um local onde este se sinta bem. Estamos terminando de criar um Centro de Memória da ADURN, recuperando todo o acervo da entidade. Mudamos toda a instalação elétrica da entidade que se encontrava em estado lastimável e compramos um servidor que atendesse a entidade de forma mais adequada. Ao iniciarmos o processo de revitalização da pintura da entidade nos deparamos com diversos problemas estruturais e tudo foi feito para que o prédio estivesse em condições propícias para receber toda a categoria e, em especial, o associado.

Construímos um novo depósito, com condições adequadas de segurança e estamos, finalmente, solicitando a implementação um plano de segurança do trabalho, junto ao Ministério do Trabalho, regularizando a situação da entidade com relação ao habite-se dela. Climatizamos a sala de recepção da entidade para dar conforto aos usuários que lá vão e construímos uma equipe para dar um bom atendimento aos assuntos jurídicos da entidade. O desafio agora é o da construção de um auditório próprio para que possamos, enfim, ter uma entidade que possibilite a realização de eventos sem a atual preocupação com espaço físico.

A ADURN hoje disponibiliza aos usuários um conjunto de informações que pode ser encontrada na sede da entidade, tais como : a Folha de São Paulo, Diário de Natal, Tribuna do Norte, Jornal de Hoje (edição matutina e vespertina), Jornal de Natal, diversos jornais das associações docentes, e as revistas Caros Amigos e Princípios. A página eletrônica da entidade (www.adurn.ufrn.br) foi totalmente reformulada e hoje, já em processo final de implantação, passa a oferecer informação de bom nível.

Em terceiro lugar, com a Divisão do Trabalho e a descentralização das funções dos diretores possibilitamos que os associados tenham o atendimento dos diretores de forma mais permanente. Raramente a entidade está sem o um diretor presente. Preocupado com os professores da UFRN, a entidade tem mantido uma constante interação com a Reitoria, debatendo e exigindo, quando for o caso, melhorias na qualidade de trabalho e de vida para os associados. Acho que a ADURN deve ser representada nas instâncias superiores da UFRN, tal como o CONAD e o CONSEPE, visto que nestes fóruns a vida do professor é afetada diretamente.

Os desafios estão postos. A gestão aceitou o desafio político e organizacional. Enfrenta o desafio político de buscar uma nova organização, federativa, que possibilite a construção de um Movimento Docente efetivamente plural e democrático. Enfrentou, enfrenta e enfrentará o desafio de questionar as velhas práticas sindicais de ataques pessoais e buscará a construção de uma ambiente de discussão salutar e respeitosa entre os que divergem. Nesses treze meses de gestão, a Diretoria tem dado outro rosto à ADURN. Aberta, democrática, plural e capaz de fazer interlocução com qualquer corrente ou pessoa que tenha a capacidade política de aceitar o contraditório como regra básica de convivência política.


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